BRASÍLIA, df – Após se reunir com dirigentes dos vinte clubes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, o ministro do Esporte, George Hilton, afirmou que as equipes aceitaram a proposta de um prazo menor para o pagamento da dívida com a União, estimada em cerca de R$ 4 bilhões. “Inicialmente a proposta dos clubes era de 240 meses, e chegamos a 204, mas não temos ainda uma definição. Temos que avançar com os membros da Fazenda”, afirmou.

“É um prazo razoável que vai permitir que os clubes se realinhem em sua gestão financeira”. Hilton esteve reunido nesta quinta-feira (29) com representantes do Bom Senso FC, grupo formado por jogadores que defendem mudanças na administração do futebol, para discutir uma nova proposta de renegociação das dívidas dos clubes. O governo federal promete uma nova Medida Provisória até fevereiro, após a presidente Dilma Rousseff ter vetado, no dia 19, o refinanciamento das dívidas sem nenhuma contrapartida. Hilton disse ser favorável à proposta do Bom Senso FC, que prevê que o refinanciamento das dívidas ocorra nos moldes de um “fair play financeiro”, com contrapartidas. “Queremos uma política clara, que fortaleça o futebol e tenha fundamentos de boa governança.”

Entre as contrapartidas defendidas pelo Bom Senso, está o pagamento dos salários em dia e a divulgação das contas dos clubes, além da responsabilização individual dos dirigentes. “Há situações de contrapartidas de penas desportivas, para que o torcedor do seu clube entenda a responsabilidade de quem está gerindo o clube”, afirma o ex-jogador Alex. “Não adianta imaginar uma situação diferente.” “Os clubes devem ao governo. Ao meu modo de ver, se paga em 200 meses, em 100, não muda nada, o importante é que se pague. Mas com a contrapartida de ter a punição desportiva que é o que vale no futebol, para que o torcedor realmente entenda o que o clube passa no âmbito financeiro e desportivo”, disse.