CAMPINAS, SP – O governo paulista ainda discute a possibilidade de restringir a captação de água na bacia do Alto Tietê. A bacia é a segunda mais importante para o abastecimento da população na Grande São Paulo –atrás da dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí)– e sofre com a escassez hídrica.
A restrição a ser adotada pode ser semelhante à anunciada na semana passada pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e pela ANA (Agência Nacional de Águas) para os rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia, numa área que atinge 38 municípios e uma população de cerca de 4,4 milhões de pessoas na região de Campinas (a 93 km de São Paulo).
Empresas de abastecimento público, e indústrias e irrigações terão de reduzir a captação de água em 20% e 30%, respectivamente, toda vez que a vazão média dos rios e afluentes for menor ou igual a 4.000 litros por segundo (no alto Atibaia) e 1.500 litros por segundo (no rio Camanducaia).
Nesta sexta-feira (30), a direção do Daee se reúne com produtores agrícolas de Mogi das Cruzes (a 57 km de São Paulo), para tratar da restrição. Os agricultores são grandes consumidores de água dos rios e afluentes da região para irrigar plantações.
Nesta quinta (29), técnicos do departamento passaram o dia reunidos para discutir formas de economizar água na bacia do Alto Tietê. Isso porque ela tem sido usada para “socorrer” o sistema Cantareira, formado por rios das bacias PCJ, atualmente em colapso por causa da falta de chuvas.
O prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), afirmou que a captação outorgada de água terá de ser reduzida se a vazão dos rios cair. A decisão pela restrição, segundo ele, será do governo paulista, por meio do Daee, já que a bacia do Alto Tietê é estadual.
“Essa [escassez hídrica] é uma situação muito difícil de ser administrada. As prefeituras estão sob uma terrível crise financeira, com queda de impostos, e agora uma crise hídrica sem precedentes”, afirmou. O abastecimento público em Mogi é dividido entre a prefeitura e a Sabesp.