SÃO PAULO, SP – Mesmo sem chuva, o nível do sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista, permaneceu estável pelo quinto dia consecutivo.
De acordo com o boletim divulgado nesta sexta-feira (30) pela Sabesp, o Cantareira opera com 5,1% de sua capacidade –que já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).
A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) prevê que o rodízio de água na Grande São Paulo deva ser iniciado até a primeira quinzena de abril. O prazo coincide com o fim do período chuvoso no Sudeste e com a estimativa do término da segunda cota do volume morto do Cantareira.
Em resposta, a Sabesp disse que não há decisão sobre implantar rodízio na Grande São Paulo.
A Sabesp também estuda restringir o rodízio às regiões atendidas pelo sistema. O modelo ainda será definido, e o mais radical é o de cinco dias sem água e dois com. A medida, segundo a gestão de Alckmin, é a última alternativa para evitar o colapso do Cantareira.
Diferentes moradores de todas as regiões da capital e dos municípios da região metropolitana da Grande SP têm ficado em média, todos os dias, ao menos 14 horas e 20 minutos com menos água nas torneiras. Apenas na capital do Estado, esse intervalo é ainda maior: 15 horas e 13 minutos.
No site da Sabesp, o cliente pode consultar se a pressão está sendo reduzida em sua cidade e bairro e verificar os horários em que haverá menos água disponível.
O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira.
Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias.
ALTO TIETÊ
Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,6% de sua capacidade após baixar 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo.
No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
DEMAIS SISTEMAS
A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 48,2% de sua capacidade após o nível subir 0,4 ponto percentual em relação ao índice anterior.
O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, permaneceu estável e opera nesta sexta com 28,5% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74,1% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao índice anterior.
O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 25,6% de sua capacidade após baixar 0,4 ponto percentual em relação ao dia anterior.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.