TATIANA FREITAS SÃO PAULO, SP – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira (30) que “não há intenção de se manter o câmbio artificialmente valorizado”. “A responsabilidade do governo é facilitar, dar segurança e batalhar por redução de custos da porta da fábrica para fora”, acrescentou o ministro durante palestra promovida pelo grupo Bradesco. “O câmbio não é uma variável macroeconômica em que vá fazer grandes operações.” O ministro citou algumas medidas que devem ser adotadas para melhorar a eficiência e a produtividade no país. Na área tributária, disse que o Executivo está disposto a ajudar os parlamentares a avaliar a proposta de reforma do ICMS que está no Congresso. Em infraestrutura, disse que o governo pretende retomar as concessões de rodovias, ferrovias e principalmente de portos. “Para este ano, temos que destravar a questão dos portos, com foco em aumentar a concorrência. Esse é o modo de baixar o custo [de transporte] da carga”, frisou. JUROS DE LONGO PRAZO Levy também reafirmou que o governo tem a intenção de fazer mudanças na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) com a finalidade de diminuir a discrepância entre essa taxa e a Selic. “A TJLP está sob análise, mas não há intenção de fazer nada brusco”, disse ele. Como ainda há um grande estoque de empréstimos a taxas antigas, o ministro sinalizou que as mudanças na taxa devem ser graduais. O primeiro aumento foi anunciado em dezembro do ano passado. A TJLP, que é adotada em 90% dos empréstimos do BNDES, passou de 5% ao ano para 5,5% no primeiro trimestre deste ano. O ministro reiterou ainda que o desafio imediato do governo é estabelecer uma situação fiscal que dê tranquilidade a todos, o que também envolve cortar gastos do governo. “O nosso trabalho é garantir o ambiente. E vocês, olhando o ambiente, vão tomar as suas decisões. Temos que ter capacidade de tomar riscos”, disse a uma plateia de empresários e investidores.