SÃO PAULO, SP – Um preso morreu e outros quatro ficaram feridos durante tumulto no Complexo Prisional do Curado, no Recife, na manhã deste sábado (31).
É a quarta morte apenas neste mês no complexo, situação que levou o governo pernambucano a decretar estado de emergência no sistema penitenciário estadual. Em rebelião na semana passada, um preso foi decapitado e outras duas pessoas morreram.
David Bezerra dos Santos, 20, morreu na manhã deste sábado depois de dar entrada no hospital Otávio de Freitas, segundo a Seres (Secretaria Executiva de Ressocialização).
O incidente ocorreu pela manhã, antes da chegada de familiares para a visita íntima. O governo não deu detalhes do motivo que principiou o tumulto, que foi contido por agentes de segurança.
Dois detentos, Alisson Avelino da Silva, 21, e Diogo Santos de Lima, 20, ficaram feridos e passavam por cirurgia no início desta tarde no mesmo hospital.
Com ferimentos leves, outros dois presos, cujos nomes não foram divulgados, foram atendidos na própria enfermaria do complexo.
A secretaria informou que foi aberto inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Santos.
Em assembleia na noite de quinta-feira (29), os agentes penitenciários de Pernambuco decidiram trabalhar em “operação padrão”, o que, na prática, traz lentidão aos procedimentos dentro do complexo.
Desta forma, o funcionários afirmam que irão seguir todas as normas previstas pelo código de conduta para a atuação dos profissionais, como liberar a entrada de visitas nos horários previstos e fazer conduções e transferência de presos apenas com a quantidade mínima de agentes.
“Vamos cumprir à risca o que estabelece a norma”, afirmou o presidente do sindicato, Nivaldo de Oliveira.
“Nós temos o procedimento operacional padrão, que é a regra básica de trabalho para o agente penitenciário, mas que muitas vezes não é seguida por pressão da direção ou pela falta de condições de executar esse procedimento.”
Um dos mais superlotados do país, o complexo do Curado abriga 6.862 homens em um espaço para, no máximo, 2.114. Além dos três mortos na semana passada, 29 presos ficaram feridos no motim.
O Estado oferece atualmente 12 mil vagas para uma realidade de 32 mil presos, o que significa um deficit de cerca de 20 mil vagas.