MÁRCIO FALCÃO
BRASÍLIA, DF – Cortejado pela cúpula do PMDB para apoiar a reeleição de Renan Calheiros (AL) ao comando do Senado, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou neste sábado (31) que o PSDB defende a eleição de Luiz Henrique (PMDB-SC) porque ele é um “candidato da instituição”.
O tucano ainda criticou o fim da gestão de Renan no ano passado, afirmando que o peemedebista foi muito subordinado ao Planalto, lembrando indiretamente a batalha travada entre governo e oposição para aprovar a manobra fiscal do Planalto para fechar as contas.
“O PSDB já tem uma posição. A gente não obriga ninguém a votar, mas a posição do partido é o Luiz Henrique. Quero entregar os votos do PSDB”, disse o senador.
O PSDB se reúne na tarde de hoje para fechar posição oficial sobre a disputa no Senado. O partido tem 11 dos 81 votos. Renan telefonou duas vezes para Aécio. Os dois podem se encontrar ainda neste sábado.
“O que queremos é uma proposta independente. Não estamos lançando candidato da oposição, mas da instituição”, afirmou.
No início do mês, Aécio começou a articular a candidatura de um adversário para enfrentar Renan. A aposta do tucano para impor uma derrota ao peemedebista era num racha no PMDB, que acabou ocorrendo com a entrada de Luiz Henrique, que conta com apoio de sete partidos.
Além de Aécio, Renan também telefonou para o senador eleito José Serra (SP) e com o futuro líder da bancada Cássio Cunha Lima (PB).
MOBILIZAÇÃO
Renan, que tenta se reeleger pela quarta vez para o posto, lançou uma ofensiva para tentar evitar traições na base aliada, mobilizando o Planalto e ministros para sua reeleição, e assegurar o esvaziamento da candidatura de Luiz Henrique, que conta com o apoio de PP, PDT, PSDB, DEM, PSB, PPS e PSOL.
Ele tem telefonado e também pedido encontros pessoais. Renan tem argumentado que tem direito à reeleição e que fez uma boa gestão.
A eleição para o novo comando do Senado ocorre neste domingo. A votação é secreta.