SÃO PAULO, SP – O motorista da Mercedes-Benz acusado de atropelar o estudante de engenharia em Santana do Parnaíba (Grande São Paulo) por volta das 0h deste sábado (31) disse, em depoimento, que dirigia a 60 km/h no momento do acidente e que não estava embriagado.
O estudante atropelado, Leonardo Ferreira Camargo, 18, morreu no local. Segundo o delegado Elizeu Quirino Ribeiro, o exame toxicológico e a perícia no veículo serão usados para checar a versão de Vinícius do Nascimento Virgílio, 19, que dirigia o veículo.
Virgílio disse ainda que Leonardo estava atravessando uma rua escura com amigos e não conseguiu vê-los.
Segundo o delegado, a vítima voltava de uma festa por volta das 0h. Um exame necrológico irá ser realizado para avaliar se a vítima ingeriu bebida alcoólica.
Virgílio está preso e será levado ainda neste sábado para o presídio de Carapicuíba. Não foi imputada fiança, segundo o delegado, porque ele fugiu do local sem prestar socorro.
A advogada Nádia Melo tentou pedir neste sábado (31), no Fórum de Barueri, a liberdade provisória e um recurso para a fiança, mas o pedido foi indeferido.
Ela afirma que a família de Virgílio possui uma pequena corretora de seguros de saúde e é de classe média. “Por isso pedi a fiança em patamares baixos”, diz.
A advogada diz ainda que a Mercedes é de um pai do amigo de Vinicius- ele estaria levavando um amigo de 15 anos para a casa a pedido do dono do carro.
Os donos do carro foram à noite na delegacia e confirmaram o consentimento do empréstimo, mas o menino de 15 anos ainda não foi ouvido pelo delegado.
“O Vinicius disse que do nada a vítima entrou na frente do carro. Ele disse que ouviu o barulho, ficou assustado e foi tentar chamar o pai dele”, diz a advogada.
“Ele está triste e abalado com toda a situação, ainda mais porque era um menino da idade dele”, afirma Nádia. “Mas ele também é um menino, estudante, estava prestando vestibular.”
Os pais da vítima, segundo o delegado, não compareceram à delegacia. O delegado disse que apenas um tio esteve no local na madrugada.
FESTA
Uma testemunha de 17 anos, que não quis se identificar, disse que estava na festa com a vítima e que o estudante estaria embriagado.
“Eu estava chegando na festa no condomínio, ele me abraçou e estava com cheiro de vodka”, diz.
“Ele falou: ‘vamos descer que a polícia está chegando'”, afirma. “Os vizinhos estavam reclamando do barulho da festa”, conta.
“Depois disso, o Leonardo deu alguns passos e caiu. Nesse momento, eu vi que a coisa estava feia e decidi ir embora.”