SÃO PAULO, SP – O volume de água armazenada no sistema Cantareira voltou a diminuir neste domingo (1º) após sete dias de estabilidade. De acordo com a Sabesp, o complexo de represas amanheceu com 5% de sua capacidade preenchida, uma queda de 0,1 ponto percentual em relação ao estoque de sábado (5,1%). Esse total já inclui a segunda cota do volume morto (água do fundo que não era contabilizada). Ainda segundo o boletim da companhia de saneamento, a pluviometria do primeiro dia de fevereiro sobre a região do sistema Cantareira foi de 10,7 mm. O reservatório, que abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista, passa pela pior crise de sua história. No sábado (31), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a criação de um comitê para tratar a crise hídrica que afeta o Estado de São Paulo. A medida foi uma resposta a pedidos de prefeitos paulistas, que cobraram de Alckmin diretrizes para enfrentar o problema. Sobre o plano de contingência, outro apelo dos prefeitos da região metropolitana, Alckmin disse que o assunto está sendo estudado. Como medidas para o enfrentamento da crise, o governador citou as obras da ligação dos rios Atibaia e Jaguari e o projeto de interligação da represa Billings, na zona sul de São Paulo, com o sistema Alto Tietê, a leste da capital paulista. A “caixa d’água de São Paulo”, como o governador já se referiu à Billings, é uma das últimas esperanças para aliviar a grave crise hídrica e, ao mesmo tempo, uma gigantesca caixa-preta. Poluído, o reservatório com capacidade para 1,2 trilhão de litros de água (mas hoje com 60,8% disso disponível) é preterido há décadas para o abastecimento humano. Na sexta (30), Alckmin afirmou que só pretende usar a terceira cota do volume morto do Cantareira em caso de extrema necessidade. Ele também diz não haver necessidade imediata de rodízio de água no Estado.