GABRIELA GUERREIRO
BRASÍLIA, DF – Depois de anunciar seu voto em Renan Calheiros (PMDB-AL), contrariando a orientação de seu partido, o senador eleito Romário (PSB-RJ) voltou atrás e decidiu apoiar a candidatura de Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). O PSB apoia o candidato “independente” do PMDB, que lançou seu nome na disputa para enfrentar Renan sem o apoio do partido.
Romário tinha comunicado ao PSB que votaria em Renan por ter se comprometido com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e com o prefeito da cidade, Eduardo Paes. Líder do PSB, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que Romário reconsiderou seu voto em Renan para seguir a orientação da sigla.
No total, a bancada do PSB no Senado terá seis senadores a partir deste ano. “O Romário disse que refletiu melhor e não queria começar no Senado com posição diferente do partido”, afirmou Lídice.
Além do PSB, Luiz Henrique diz ter o apoio do PSDB, DEM, PPS, PP, PDT e PSOL. Algumas siglas fecharam questão em torno do candidato independente, como DEM e PSDB, mas não há unanimidade no apoio dentro do PP e PDT, por exemplo.
Apesar do apoio formal, a votação é secreta, o que permite que cada senador escolha individualmente o novo presidente do Senado.
Nos bastidores, aliados de Renan esperam que o peemedebista receba cerca de 50 votos nas eleições, derrotando Luiz Henrique. Os aliados do independente, por sua vez, contabilizam cerca de 45 votos –o que também seria suficiente para derrotar Renan.
O atual presidente do Senado, que disputa a reeleição, tem o apoio do Palácio do Planalto –que entrou na campanha em favor de Renan. O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse que o governo apoia a candidatura de Renan, mas respeitará o resultado no Senado.
“O Renan tem uma relação de confiança com a presidente Dilma construída nos últimos anos”, afirmou Braga.
O novo presidente do Senado será escolhido esta tarde, depois que os 27 senadores eleitos em outubro de 2014 forem empossados em seus mandatos.