MARIANA HAUBERT BRASÍLIA, DF – Após boatos de que haveria uma movimentação para fraudar a votação secreta para a presidência da Câmara, os líderes partidários assinaram na tarde deste domingo (1º) uma resolução proibindo parlamentares de filmar ou tirar foto de seus votos. A eleição para a presidência da Câmara está marcada para o início da tarde. Como a votação é sigilosa, foram espalhadas 14 cabines pelo plenário para os 513 deputados que tomaram posse possam registrar seus votos. A medida tomada pelos líderes ocorreu depois que o candidato do PSOL, o deputado federal Chico Alencar (RJ), disse ter ouvido um “zum zum zum” de que adversários estariam tramando a fraude. Alencar, que não falou de quem recebeu a informação nem em nomes de supostos fraudadores, disse que a intenção seria se aproveitar de uma brecha nas regras da votação, que é secreta. A armação funcionaria da seguinte forma: os 513 deputados federais irão eleger o presidente da Casa em votação que se dará dentro de cabines fechadas, instaladas no plenário. A votação é eletrônica e secreta, mas como o regimento da Câmara não proíbe que o parlamentar entre na cabine com aparelhos celulares ou qualquer outro tipo de equipamento eletrônico, ele pode fotografar a tela de votação no momento em que tenha escolhido o candidato. Nas eleições gerais, desde 2009 é proibido o ingresso na cabine de votação com aparelho celular ou qualquer outro equipamento que faça imagens. O objetivo é justamente evitar que o voto seja registrado a pedido de candidatos que praticam a compra de votos. Há quatro candidatos para a presidência da Câmara. Além de Alencar, concorrem o líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), hoje o favorito, o petista Arlindo Chinaglia (SP) e Júlio Delgado (PSB-MG). A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara afirmou que fará uma análise sobre o caso, mas que dificilmente haverá proibição, já que isso não está previsto no regimento. No máximo, pode haver uma recomendação.