Um estudo do impacto das alterações do clima sobre o manguezais começará a ser desenvolvido de conservação estão localizadas no Lagamar, complexo estuarino que é um dos maiores berçários de vida marinha do planeta: a Estação Ecológica de Guaraqueçaba (PR) e Estação Ecológica Juréia-Itatins (SP).

O estudo, apoiado apoiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, irá analisar os efeitos das mudanças climáticas para o caranguejo-uçá (Ucides cordatus), crustáceo muito sensível às alterações de habitat. Iremos acompanhar essa espécie durante quatro anos nessas duas regiões para entender como ela vai se comportar, explica o professor doutor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marcelo Pinheiro, que estuda a espécie desde 1998. Após o termino do estudo, a metodologia poderá ser repassada para monitoramento em outros manguezais brasileiros.


O caranguejo-uçá

A espécie
O caranguejo-uçá ocorre em toda a costa do Atlântico ocidental, desde a Flórida, nos Estados Unidos, até Santa Catarina e tem sido verificada a redução da sua população. Isso ocorre pela reduzida taxa de crescimento da espécie (tamanho comercial em 10 anos), um dos aspectos que justificou sua inclusão na categoria de Quase Ameaça, da União Internacional para Conversa da Natureza (IUCN). Outros fatos agravantes foram o aterro, desmatamento e poluição dos manguezais, com o despejo de esgoto não tratado nos rios e mares, bem como a concentração de lixo nos manguezais interferem muito no equilíbrio desse ecossistema.

Mudanças climáticas devem piorar o cenário
Um dos efeitos esperados com as alterações do clima é o aquecimento global, que deverá aumentar o nível dos oceanos. Segundo o professor da Unesp, isso certamente promoverá maior inundação dos manguezais, fazendo com que ocorra redução das áreas desse ecossistema. De forma bem simplificada, será mais mar e menos manguezal, o que pode gerar um grande desequilíbrio, não apenas para o caranguejo-uçá, mas a outras espécies animais, já que esse ambiente é fundamental à reprodução de diversas outras espécies, comenta.

Ao ser questionado se em apenas quatro anos ele acredita que terá resultados das mudanças do clima, Marcelo Pinheiro é enfático. Já estamos começando a senti-las no próprio clima nos últimos anos. Acredito que nesse período vamos ter material para trabalhar. O pesquisador ainda completa: esperamos que a modificação seja tênue para que possamos propor ações de conservação da espécie enquanto ainda há tempo, conclui.

Manguezais e sua importância natural
Os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre o continente e o mar, presentes em regiões tropicais e subtropicais do planeta e considerados berçários da vida marinha. No Brasil, eles se espalham em áreas lamosas por quase 26 mil km2, do Amapá a Santa Catarina. Recebem esse nome por conta da espécie de flora predominante – o mangue – que é constituído de três a quatro espécies de árvores.

Por ter águas calmas e protegidas por raízes, o manguezal é utilizado como berçário por muitos peixes, crustáceos e outros animais, que ali se reproduzem e desovam. Além disso, o mangue é fundamental na absorção do impacto das ondas, evitando a erosão marinha. Esse ecossistema também funciona como barreira para os fenômenos climáticos extremos como enxurradas, ressacas e grandes tempestades.

O ecossistema marinho é muito rico em biodiversidade, porém é pouco conhecido. Segundo Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, essa realidade precisa ser alterada no Brasil. Fomentar a pesquisa científica nesse ecossistema é indispensável para que o país conheça melhor sua fauna e flora, bem como tenha os subsídios adequados para protegê-los., destaca.

Sanepar trata mais de 60 mil toneladas de resíduos sólidos por ano
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), além de garantir água tratada para a população de 345 municípios paranaenses e coletar e tratar esgoto de 174 cidades, também atua na área de resíduos sólidos. A Companhia é responsável pelos aterros sanitários de Apucarana, Cianorte e Cornélio Procópio. O Aterro de Cianorte recebe os resíduos de dois distritos (Vidigal e São Lourenço) e dos municípios de Terra Boa e de São Tomé. São tratadas, por ano, 60 mil toneladas de resíduos.

Só o Aterro de Cianorte dispõe, por mês, cerca de 1.800 toneladas de resíduos. É o primeiro aterro sanitário do Brasil sob gestão de uma companhia estadual de saneamento a ter a certificação ISO 14001, concedida quando são cumpridas todas as normas ambientais. Em 2014, a certificação foi confirmada e o Aterro de Cianorte obteve também a certificação interna da norma ISO 31000, que trata do sistema de gestão de riscos ambientais.

Educação Ambiental
A Sanepar também desenvolve no Aterro de Cianorte um importante trabalho de educação ambiental junto à comunidade. No local, a companhia mantém um Centro de Educação Ambiental para capacitação de professores e alunos. O processamento do lixo e sua disposição final são representados em uma maquete.

Os visitantes também podem percorrer o local, num roteiro preparado para informar adequadamente sobre o funcionamento da unidade. Para que as crianças aprendam como fazer a correta classificação dos materiais, o aterro conta com uma esteira de separação do lixo, que permite que a criançada faça a separação usando resíduos sólidos de brinquedo, como sanduíches, frutas e alimentos.

A Sanepar também oferece o curso de capacitação em Educação Socioambiental à distância, com ênfase em resíduos sólidos.

Disposição Final
Em Apucarana, a Sanepar gerencia o aterro nas etapas de recebimento, tratamento e disposição final de resíduos. São dispostos diariamente 80 toneladas de resíduos orgânicos e rejeitos no aterro.

Em Cornélio Procópio, são realizados a gestão da coleta, transporte, transbordo, recebimento, tratamento e disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos. O aterro recebe mensalmente em torno de 900 toneladas de resíduos orgânicos e rejeitos.

Ecocidadão
Para reduzir o volume de resíduos lançados em mananciais, córregos e rios, ampliar a vida útil dos aterros sanitários e promover renda aos catadores, a Sanepar desenvolve, em parceria com o Provopar Estadual Ação Social, o programa Ecocidadão Paraná em 40 municípios que recebem apoio à organização de associações e cooperativas de catadores de material reciclável.

MMA se prepara para Convenção de Basileia
O Ministério do Meio Ambiente prepara-se para a 12ª Conferência das Partes da Convenção de Basileia, que acontecerá entre os dias 4 e 15 de maio, em Genebra, na Suíça. O encontro será realizado na sequência das COP-7 das Convenções de Roterdã e de Estocolmo, com algumas sessões conjuntas para a discussão de assuntos comuns. Esses acordos internacionais tratam de resíduos químicos perigosos. O tema central da COP-12 será Da ciência para a ação, trabalhando para um amanhã mais seguro.

A Convenção de Basileia trata do controle da movimentação transfronteiriça e depósito de resíduos perigosos. Os países signatários buscam coibir o tráfico ilegal e intensificar a cooperação para a gestão ambientalmente adequada das substâncias que fazem parte do acordo. No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) proíbe definitivamente a importação dessas substâncias.

Pão de Açúcar aposta em programas contra o desperdício
A rede de supermercados Pão de Açúcar está conscientizando o consumidor sobre as questões de nutrição, alimentação saudáveis e sustentáveis. O Programa Parceria contra o Desperdício, que existe há 19 anos, impede que milhares de toneladas de frutas, legumes e verduras em bom estado sejam descartados todos os meses e doa alimentos para abastecer milhares de pessoas que precisam. De acordo com a organização, existem centenas de instituições cadastradas em todo o país. Mensalmente, os alimentos que estão com aparência fora do padrão e muitas vezes não escolhidos pelo consumidor são destinados para o consumo. A média é de 100 toneladas mensais e em 2014 o programa doou 1,3 toneladas de alimentos.