Em Curitiba e Região Metropolitana a situação de abastecimento de água é bastante confortável, ao contrário do cenário vivido no Sudeste e Centro-Oeste do País. Nas quatro barragens que servem a região — Piraquara I, Piraquara II, Iraí e Passaúna —, atualmente o armazenamento chega a 98% da capacidade. Este volume é suficiente para atender a RMC por até 8 meses, sem chuva, dependendo do consumo.
Ainda assim, dois projetos — um na Câmara de Curitiba e outro na Assembleia Legislativa — preveem a implantação de medidas que promovam a economia de água na cidade e no Estado. Na Câmara de Curitiba, o projeto quer multa para quem desperdiçar a água. Na Assembleia, o projeto exige que condomínios instalem hidrômetros individuais.
O projeto da Câmara, de autoria do vereador Chicarelli, estabelece que, caso seja verificada a reincidência do desperdício, a administração municipal pode estabelecer multas, garantindo ao acusado o direito à ampla defesa. O órgão competente para esta fiscalização deverá ser indicado pela prefeitura.
Entre as condutas que caracterizam o desperdício de água, o projeto destaca lavar calçadas com uso contínuo de água, utilizando o esguicho da mangueira como vassoura; lavar veículos automotores com uso contínuo de água, utilizando o esguicho da mangueira ininterruptamente sem o auxílio de um recipiente d’água; e negligenciar sobre vazamento em tubulação hidráulica, entre outras.
Estadual — O projeto que deu entrada na Assembleia é do deputado Rasca Rodrigues (PV). Segundo ele, a medida de hidrômetros individuais pode gerar redução de até 40% no consumo de água de cada morador — e, consequentemente, na conta.

Quem mora em condomínio sabe que o fato de haver uma conta única, em que todos os condôminos rateiam, não há incentivo a economia de água, diz Rasca.
Calor — No Paraná, quando as altas temperaturas superam as médias tradicionais, o consumo pode aumentar em até 30%, em relação ao inverno. Com o calor das últimas semanas, a população está consumindo 10% a mais de água em relação aos verões anteriores, afirma o diretor de Operações da Sanepar, Paulo Alberto Dedavid.
Por isso, apesar de prever que não há risco no momento, a orientação da Sanepar é para o uso racional do bem. Cada cliente precisa economizar, usando água tratada racionalmente. Agora a estiagem não nos afeta, mas as atitudes responsáveis em relação a este bem devem ser praticadas todos os dias, diz Dedavid.
Na Grande Curitiba, o sistema integrado permite remanejar água tratada para qualquer região, independentemente de onde tenha sido produzida. Esta integração é o grande diferencial no sistema de abastecimento da capital e dos municípios vizinhos, diz Dedavid. Para atender o crescimento da região, a Sanepar planeja expandir o sistema. Devem ser investidos R$ 350 milhões em reservatórios e adutoras. Também está prevista a construção de mais uma barragem, a do Miringuava.