Uma das atrações turísticas da região de Scottsboro, no norte do Estado de Alabama (Estados Unidos) é a empresa familiar fundada há 35 anos, que compra e vende bagagens perdidas ou danificadas por companhias de transporte aéreo, ferroviário ou rodoviário, ao redor do mundo. Não é um centro beneficiente. Ao contrário, ocupa 4.600 metros quadrados de área e o lema do grande negócio é você não sabe antecipadamente o que vai comprar. Nem o que está dentro da mala.

Pode estar adquirindo uma clarineta, uma guitarra elétrica, uma boneca velha, uma cadeira de rodas desmontável, uma fantasia de super herói. Ou uma dentadura e escovas elétricas.

Mais de 7 mil bagagens chegam diariamente para serem examinadas em um centro de triagem. O lugar se transformou na maior lavanderia dos Estados Unidos, onde são lavadas mais de 20 mil peças de roupas todos os dias.

Comprados por alguns centavos, os objetos são colocados à venda por tarifas entre 20 a 80% mais baratas do que peças semelhantes do mercado. Um atrativo irresistível para quem procura tesouros, adora mergulhar na poeira de antiquários ou está apenas procurando um bom negócio. Ou seja: mais de 1 milhão de interessados ao ano.

Fotos: Divulgação
Quanto mais escalas e conexões, mais bagagens extraviadas. A Europa é campeã, por ser o centro de tráfego aéreo no mundo

Cerca de 1% das bagagens, no entanto, continua sem compradores. E é um volume grande. São bagagens com artigos impensáveis, como a mala que continha o sistema de rastreio de mísseis, que tinha um aviso: transportar com a maior vigilância. Eu valho meu peso em ouro… A bagagem encontrada por um funcionário foi imediatamente restituída ao seu dono. Que era o exército americano.

Outro destaque foi uma câmara fotográfica da Nasa, destinada a equipar um satélite, perdida em um aeroporto e enviada, por erro, ao centro de Alabama. A lista de objetos estranhos inclui até cinzas de pessoas mortas, que não foram reclamadas. Também não foram vendidas.


I Love N.York estampado em cueca: cuidado com o que você põe na mala!

ORIGENS
Tudo começou nos anos 70, quando Doyle Owens emprestou 300 dólares no banco e usou uma caminhoneta para vender o primeiro lote de bagagens perdidas, comprado de uma transportadora da região. O sucesso imediato levou a contatos e conexões com companhias aéreas, que ficaram bem felizes por poderem se livrar dos objetos acumulados em seus depósitos. Com o passar do tempo, a empresa fez contratos também com ferrovias e rodoviárias. Hoje são os herdeiros do precursor do lucrativo negócio, que mantém a exótica atração turística do Alabama. Se quiser dar uma olhada no estoque, vá até o número 509 West Willow Street – Scottsboro – Alabama (USA). Ou acesse www.unclaimedbaggage.com

CUIDADOS DO PASSAGEIRO
A Europa é campeã em bagagens perdidas ou danificadas. Em 2013 foram 9 malas desaparecidas para cada 1 mil passageiros. Os Estados Unidos publicam anualmente a classificação das companhias aéreas com mais complicações no transporte das bagagens dos passageiros. A Envoy Air, parceira da American Airlines, perdeu ou danificou 10.814 bagagens entre janeiro e setembro de 2014, recebendo 8,38 reclamações dos usuários para cada 1 mil passageiros. A companhia low cost Virgin America foi apontada com a mais segura, no mesmo período.

Mas é o Velho Continente o que apresenta mais complicações: 9 bagagens para cada 1 mil passageiros, contra os 3,2 na América do Norte. As perdas europeias são explicadas porque o continente é o lugar central do tráfego aéreo mundial. São os passageiros em trânsito os que têm mais problemas com perda de malas. Já nos Estados Unidos, a maioria dos voos internacionais ou não, são diretos, non stop. E é bom lembrar: o número de passageiros em 2013 chegou a 3.13 bilhões!


Réplica de armadura, um dos achados nas bagagens perdidas e vendidas no Alabama

FAÇA SUA PARTE
A Convenção de Montreal de 1999, assinada por 191 Estados Membros com a organização de avião civil – ICAO – afirma que nenhuma companhia aérea pertencente a um dos países signatários por ressarcir danos abaixo do previsto pela convenção.

Em caso de problemas, o passageiro deve fazer reclamação imediata junto à companhia transportadora. Se a perda acontecer durante uma escala, é necessário deixar para fazer o registro do evento no destino final.

Hoje as companhias devem reembolsar perdas, atrasos na entrega ou atrasos de voo no prazo de até 21 dias após a reclamação. O pagamento é feito levando em conta o inventário feito pelo passageiro do conteúdo da bagagem. Mas o total não excede o limite de 1.300 euros. Uma exceção: quando o passageiro faz, no momento do check in, uma declaração de valor de um objeto ou de todo o conteúdo da mala. Aí a empresa tem que devolver o valor integral do que foi declarado. É seguro pago.


Já a cabeça ressecada tribal ou as cinzas dos mortos…

Se a perda da bagagem obriga ao passageiro a comprar roupas ou objetos de primeira necessidade, como produtos de higiene por exemplo, tem 21 dias para reclamar o reembolso, a partir da data da reclamação das malas. Evidentemente é preciso guardar recibos, com datas impressas das compras.

Malas danificadas devem ser anotadas de imediato, mas há um espaço de 7 dias para constatar e reclamar os estragos. O máximo de reembolso continua sendo 1.300 euros. Em caso de perda de jóias, dinheiro ou documentos roubados, a companhia não responde, nem se responsabiliza. Já que ninguém deve colocar valores na bagagem despachada. Ou leva na bagagem de mão, ou deixa em casa ou no cofre do banco. Para uma viagem tranquila e sem problemas maiores.


Aparelhos da Nasa, rastreadores de mísseis, em malas do exército e aeronáutica americanos. Perdidos e recuperados

HILTON RETORNA À GARE SAINT-LAZARE
Fora de Paris há 2 anos, a marca da hotelaria americana retorna, agora como um dos grandes destaques na Cidade Luz. Ocupa um prédio tradicional, que passou por uma total reconstrução. O edifício carregado de história da cidade e do país, é de 1889 e foi projetado para receber aos visitantes da Exposição Universal. Com 268 quartos, dos quais 29 suites, o hotel já consumiu 45 milhões de euros na restauração e modernização.

Logo na entrada, quatro colunas de mármore , de época, fazem moldura para os bustos de Venus e Baco, acolhendo aos hóspedes. Em seguida é a vez do grande salão, com paredes de 14 metros de altura e teto em vidro, espaço de encontro em torno de coquetéis e boa culinária. Há espaços mais exclusivos, ao abrigo de olhares indiscretos, fonte, paredes cobertas com placas de mármore, quadros modernos para quebrar a monotonia da tradição. Pelos cantos, aqueles anjos gordinhos, que lembram o amor e a belle viede Paris.

Longos corredores levam aos quartos, onde predominam tons de amarelo e cinza, sempre em pastel. Entre os confortos, televisão plana, máquina de café, sala de banho em mármore branco e preto, chão aquecido, ducha italiana. Uma sobriedade bem equilibrada e elegante.

As tarifas iniciam em 300 euros, quarto duplo, incluindo café da manhã. A rede Hilton tem mais de 4 mil hotéis, com 685 mil quartos em 92 países. O lançamento do novo Hilton parisiense está sendo feito com agenda lotada: encontros musicais, noites para degustação de vinhos, whiskies ou champagnes, exposições de arte e eventos em conjunto com Galeries Lafayette e Printemps, ambas a dois passos do hotel.


Ao lado da Gare St. Lazare, na rua mais movimentada do centro de Paris, a rede hoteleira Hilton retorna à Cidade Luz com luxo e requinte

O bar promete: além da grande oferta de bebidas, tem janelões abertos diretamente para a rua Saint-Lazare, uma das mais movimentadas da capital francesa. Será o lugar perfeito para quem espera o trem que leva à Normadia. Ou para encerrar uma jornada de trabalho com classe. Ao lado do bar, a Brasserie Café Terminus ( que foi o antigo nome do hotel).

O retorno da Hilton a Paris, ocupando o antigo Concorde Saint-Lazare, está sendo motivo de festa. Durante quarenta anos a cadeia hoteleira esteve na cidade, primeiro ao lado da Tour Eiffel (1966 a 2008), depois na rua de Courcelles, frente ao Pagode (2004-2012). Agora a marca brilha a 50 metros da rede ferroviária e a 15 metros da Ópera Garnier, templo do ballet clássico. Será o destino preferido dos americanos. A partir de março, as tarifas iniciam em 314 euros o quarto duplo e 474 a suíte. O hotel está no número 108 da rua Saint-Lazare, 75009 – Paris. Veja no www.hiltonhotels.com/fr