O Ministério Público do Trabalho (MPT) convocou para a tarde desta sexta-feira (13), em regime de urgência, uma audiência para discutir o dissídio coletivo de motoristas e cobradores de ônibus, que ameaçam fazer mais uma greve em Curitiba e Região Metropolitana por conta dos imbróglios envolvendo a Coordenação da Região Metropolitana (Comec), que não apareceu na reunião, e a Prefeitura de Curitiba e a Urbs.

Durante a audiência, que começou por volta das 15h30, o advogado do Sindicato dos Motoristas E Cobradores (Sindomoc), Elias Mattar Assad, sugeriu uma intervenção judicial na Urbs e na Comec para solucionar a operação do sistema. Já a desembargadora Ana Carolina Zaina afirmou acreditar em uma solução pacífica para o caso, já que a Justiça é um valor e deverá ser construída por todos.

A reunião, contudo, teve desfalques importantes. Segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), apenas a Urbs compareceu ao encontro. O Sindimoc e a Setransp justificaram a ausência. A Comec, não.

No próximo dia 20 (sexta-feira), os trabalhadores do transporte metropolitano deveriam receber seus salários. Contudo, o impasse sobre obrigações e responsabilidades de Urbs e Comec, que culminaram com a separação financeira do sistema no começo do mês, ameaça atrasar o pagamento dos trabalhadores.


Setransp, Urbs e Comec contra o muro

Na audiência, a desembargadora Zaina definiu que a Setransp terá até o dia 19 para juntar aos autos todos os contratos de concessão, da RIT e das linhas não integradas. A Urbs e a Comec também deverão comprovar em igual prazo nos autos o valor arrecadado com as passagens, em bilhetagem ou dinheiro. A determinação do Juízo é para verificar a alegação de que a folha de pagamento representa 50% do valor da passagem.

Reajuste dos trabalhadores

Além dos impasses envolvendo o pagamento dos funcionários, outra questão pressiona o sistema. É que os trabalhadores pedem reajuste integral do INPC, mais aumento salárial de 6,40%, o que totaliza aproximadamente 12,8% de aumento. Além disso, eles pedem

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aumento no cartão alimentação, contratação de seguro de acidentes, estabelecimento de multa equivalente a R$ 100 por dia para cada funcionário, caso não haja o pagamento do adiantamento salarial, adequação das estações tubo para garantir condições dignas de trabalho no frio e no calor e fim da obrigação de motoristas e cobradores inibirem crimes nos ônibus.