Um protesto de caminhoneiros bloqueia nesta segunda-feira (23) rodovias de ao menos sete estados em todo o país: GO, MG, MS, MT, PR, RS e SC. Os profissionais reclamam, principalmente, do alto preço do combustível e dos baixos valores dos fretes. O último boletim da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) apontava 21 rodovias estaduais e interditadas por causa dos protestos de caminhoneiros no começo da tarde desta segunda-feira, 23.  Nas estaduais do Paraná, são 10 os trechos fechados e outros 12 com interdição parcial, onde carros pequenos, ônibus, ambulâncias e cargas perecíveis e de animais vivos são liberados. O trecho bloqueado da PR-495, no km 75, município de Missal, foi liberado. 

Segundo PRE, os trechos são importantes porque fazem ligação com cidades grandes como Cascavel, Curitiba e Guarapuava.

Na região de Curitiba, o trecho da BR-116, em frente à Central de Abastecimento (Ceasa), ficou fechado até o meio-dia, sentido Sul, em Fazenda Rio Grande. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada para auxiliar o tráfego da via de importante acesso à Capital e outros mercados da região.

Já nas federais, são seis pontos de bloqueio, também em trechos importantes concentrados, em sua maioria, nas cidades do sudoeste do estado.

Os caminhoneiros realizam manifestações no estado desde a última quarta-feira (18) e já interditaram diversos trechos em todo o estado. 

Vias interditadas

As rodovias estaduais interditadas são: PR 471 km 222, em Nova Prata do Iguaçu, PR 280 km 255, em Marmeleiro PR 280 km 194, em Marianópolis, PR 181 kms 535 e 540, em Dois Vizinhos, PR 483 km 001, em Francisco Beltrão, PRC 280 km 170, em Clevelândia, PR 566 km 012 e PR 493 km030 em Itapejara do Oeste, PRC 466 km 179/180, em Pitanga, PRC 487 km 295, em Manoel Ribas, PRC 158 km 528,em Vitorino, PR 466 km 091 e 100, em Jardim Alegre, PR 182km 459, em Realeza, PR 160 km 53, em Cornélio Procópio, PR 281 km 421, em Mangueirinha, PR 218 km 254, em Astorga, PR323 km 36, em Sertanópolis, PRC 280 km 130, em Palmas, PR 170 km 381, em Guarapuava, PR 445 km 83, em Cambé e PR 491 Ent. BR 163, em Marechal Candido Rondon/Maripá à Palotina.

As estradas federais são: BR-163, km 32, em Pérola do Oeste, e km 64, em Santo Antônio do Sudoeste; BR-369, km 178, em Arapongas, e BR-376, km 245, em Apucarana.

O movimento, que começou na quarta-feira (18) no Paraná e em Santa Catarina, chegou a parar 38 trechos de estradas em outros dois Estados no domingo (22), e agora atinge também Minas Gerais. Os caminhões pararam nos acostamentos das vias. Em Santa Catarina, os manifestantes bloquearam nove pontos de cinco rodovias.

Uma das mais prejudicadas foi a BR-282 com cinco pontos de interdição nos quilômetros 504,4 (em Xanxerê), 645,6 (São Miguel d’Oeste), 571 (Nova Erechin), 605 (trevo de Maravilha) e 317,1 (Campos Novos). Na BR-158 a interdição ocorreu na altura do km 109 (Cunha Porã) e na BR-470 no km 339,6 (Campos Novos).

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, houve interdições também no km 101 da BR-163 (São José do Cedro) e na BR-153, no km 64 (Irani). Em Minas Gerais, caminhoneiros bloquearam ao menos três trechos da BR-381 próximo das cidades de Igarapé, Oliveira e Perdões. 

Reivindicações 

De acordo com as polícias, mesmo com o protesto, os demais veículos não enfrentam problemas nas estradas, já que o bloqueio é parcial. O Paraná registrou a maior concentração de caminhoneiros parados, ocupando 22 pontos de estradas. Em cada trecho há, no mínimo, cem caminhões, segundo as polícias. 

Os caminhoneiros também pedem para que seja criada uma tabela de preços do frete baseada no km rodado e reclamam da jornada de trabalho implantada em setembro do ano passado, que fixou em oito horas diárias e um adicional de duas horas extras. Odi Antônio Zani, um dos líderes do movimento em Palmeira das Missões (RS), afirmou que os caminhoneiros estão registrando, em média, queda de 30% no faturamento mensal por causa da lei. “Eu tinha três caminhões rodando as estradas e faturava R$ 120 mil mensais no total. Tive de vender um caminhão e meu faturamento caiu para R$ 68 mil”, afirmou.