GUSTAVO URIBE
SÃO PAULO, SP – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quinta-feira (26) que a redução de pressão das tubulações da Grande São Paulo é uma medida de “razoabilidade” diante da crise da água.
De acordo com ele, caso a medida não tivesse sido tomada, seria necessário a adoção de um rodízio de água região metropolitana de São Paulo.
Nesta quarta-feira (26), a Sabesp, empresa do governo paulista, reconheceu que, para economizar água e evitar o colapso do abastecimento na Grande São Paulo, tem reduzido a pressão nos encanamentos abaixo das regras.
A informação contradiz o governador, que, no final do ano passado, negou que a empresa de água do Estado estivesse descumprindo norma da ABNT (Associação Brasileiras de Normas Técnicas).
“Existe uma coisa chamada razoabilidade. Se fizer rodízio, a pressão será zero. Então, é preciso ter um mínimo de racionalidade nas coisas. Por que está sendo feita válvula redutora de pressão? Para evitar o rodízio. Uma situação totalmente atípica”, disse.
Pela norma brasileira, empresas de saneamento devem garantir, pelo menos, dez metros de coluna de água. A altura é necessária para que a caixa-d’água de um sobrado, por exemplo, possa ser constantemente abastecida.
Com apenas um metro de coluna de água, como a Sabesp reconheceu, a água não teria força para avançar nas tubulações da casa.
Contraditoriamente, a Sabesp sempre afirmou que, para ter o abastecimento garantido, o morador de São Paulo deveria obedecer justamente às regras da ABNT, que recomenda a instalação de caixa-d’água nas residências.
Segundo o tucano, para se evitar falta de abastecimento por conta da redução de pressão, as casas e comércios devem garantir uma reservação de pelo menos 24 horas.
“O que deve ter em toda casa e comércio? Deve ter reservação para 24 horas. Se tiver reservação para 24 horas, à noite e de madrugada, quando o consumo é baixo, não tem problema. O problema são pessoas que não têm caixa da água. Por isso, estamos distribuindo gratuitamente”, afirmou.
Segundo o governador, ao reduzir a pressão dos canos, a Sabesp agiu de maneira “firme” e “cautelosa”.
“Para evitar o rodízio, a Sabesp agiu de maneira muito firme, cautelosa e eficiente, fazendo redução de pressão durante as noites e madrugadas. Assim, mantém a tubulação com água, mas com menos pressão”, disse.
A Arsesp (agência reguladora de São Paulo) informou que pedirá esclarecimentos à Sabesp. Em dezembro, ela já havia constatado que a empresa vinha diminuindo a pressão abaixo do recomendado.