O programa Coleta Seletiva Solidária do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) já destinou 100 toneladas de material reciclável para associações de catadores de Curitiba, em cinco anos de atuação. O Tecpar começou a parceria com as instituições em 2010 e desde então já beneficiou dez entidades.

O Coleta Seletiva Solidária funciona assim: o Tecpar publica editais para habilitar, por meio de processo seletivo, associações para recolher, ao longo de um semestre, o material reciclável produzido pelo Instituto. Neste processo, são habilitadas as associações que atendem às exigências legais e a ordem de coleta é estabelecida por meio de sorteio entre as associações.

A cada seis meses, uma nova associação se beneficia com os materiais recicláveis gerados no Tecpar. Atualmente, a entidade beneficiada pelo programa é a Associação de Catadores de Materiais Reciclados Parceiros do Meio Ambiente (Acampa).

A entidade que estava credenciada até o final do ano passado e que ajudou a atingir a marca das 100 toneladas é a Associação Novo Amanhecer, vizinha à sede do Tecpar, na Cidade Industrial de Curitiba. Com 20 anos de fundação, a associação tem hoje 50 associados, segundo a presidente da entidade, Daiane Aparecida de Souza.

Ao longo dos seis meses foram realizados rodízios de associados para recolher, uma vez por semana, o material reciclável produzido no Tecpar. Esse material garantia uma remuneração extra aos associados, porque ele sabia que naquela semana teria uma coleta garantida, conta Daiane.

A assistente social do Tecpar, Fernanda Maestrelli, presidente da Comissão para a Coleta Seletiva Solidária, explica que o programa surgiu em 2010 após a publicação de um decreto estadual que recomendava aos órgãos de administração direta e indireta a separação seletiva de seus resíduos recicláveis e seu encaminhamento para associações ou cooperativas de catadores.

Fernanda ressalta que há vantagens tanto para o Tecpar quanto para as associações em estabelecer parcerias como as do programa. Para a empresa, além de exercer responsabilidade social, é positivo porque reforçarmos a cultura da reciclagem e da cidadania, evitando que os materiais recicláveis sejam descartados em aterros. Já para as associações, é garantia de grande quantidade de materiais, com periodicidade certa e pouco esforço físico do catador, que sofre nas ruas com o tempo e riscos no trânsito, quando trabalha apenas com seu carrinho, salienta.