SÃO PAULO, SP – A Justiça paulista concedeu permissão para a detenta Sandra Regina Ruiz Gomes, companheira de Suzane von Richthofen, migrar para o regime semiaberto. Sandrão, como é conhecida no presídio, ainda não indicou se irá aceitar o benefício expedido pela Vara de Execuções Criminais de Taubaté (a 140 km da capital), publicado no dia 12 deste mês. Na decisão, assinada pela juíza Sueli Zeraik Armani, a medida é justificada pelo tempo de permanência de Sandra no presídio em período integral (ela já cumpriu metade de sua pena). Também é destacada a “boa conduta carcerária” da detenta. Caso aceite a progressão para o regime semiaberto, Sandra precisará deixar a Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, na região do Vale do Paraíba, onde divide uma cela com Suzane e outros oito casais desde setembro do ano passado. “Por questão de segurança”, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), responsável pela transferência de presidiários, não informou qual seria o provável destino de Sandra caso ela aceite a progressão para o semiaberto. A ala dedicada às detentas com permissão para sair da prisão para trabalhar durante o dia ou em datas comemorativas, como Dia das Mães e Natal, ainda está em construção no presídio em que Sandra e Suzane cumprem pena. A conclusão da obra está prevista para abril. No ano passado, Suzane, condenada a 38 anos e seis meses de prisão pela morte dos pais, recusou o benefício, alegando sentir-se segura na penitenciária de Tremembé. Caso sua companheira não tome a mesma decisão, o casal terá que se separar. Sandra foi presa em 2003, condenada a 27 anos de prisão (reduzidos posteriormente para 24 anos) pelo sequestro de um adolescente em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Ela e Suzane se casaram no ano passado, após assinarem um “termo de compromisso para fins de união celular”, segundo a SAP. As duas se conheceram ao trabalharem juntas no presídio, onde recebem salário para confeccionar peças de roupas para as detentas. A companheira de Sandra, antes do relacionamento com Suzane, era Elize Matsunaga, presa por esquartejar o marido, Marcos Matsunaga, em 2012. Sandra poderia ter obtido autorização para migrar para o regime semiaberto antes, mas sua situação piorou após ela agredir um funcionário do centro de ressocialização de São José dos Campos, em 2011.