O percentual de famílias endividadas no Paraná mostra queda em fevereiro, com 86,1%, ante os 87,1% no mesmo mês do ano passado e os 88,6% de janeiro. Também houve redução na porcentagem de endividados com contas em atraso, que passaram de 27,4% em fevereiro de 2014 para 25,1% neste mês.

Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). A falta de condições para pagamento das dívidas manteve o mesmo patamar do ano anterior, com 11,9% neste mês ante 11,5% em fevereiro de 2014.

No entanto, a parcela da renda comprometida aumentou na análise interanual. Neste mês, 23,8% dos entrevistados disseram estar muito endividados, enquanto em fevereiro de 2014, 13,2% faziam parte do grupo que considerava estar no limite de dívidas. Há ainda os que afirmam estar mais ou menos endividados (43,7%), os poucos endividados (18,6%) e os que não possuem dívidas (13,8%).

O tipo de dívida mais comum é o cartão de crédito para 63,1% dos consumidores paranaenses. O percentual de adeptos dessa modalidade de crédito reduziu em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o cartão de crédito correspondia a 65,3% das dívidas. Na sequência, estão o financiamento de veículos (13,5%), o financiamento imobiliário (10,1%), os carnês (6,3%), o crédito pessoal (2,8%), o empréstimo consignado (1,4%), o cheque especial (1,6%) e o cheque pré-datado (0,3%).

Entre as famílias que estão com contas atrasadas (25,1% dos paranaenses), para 47,8% esse atraso ultrapassa 90 dias, e por isso são consideradas inadimplentes e têm seu nome incluso nos sistemas de proteção ao crédito. O tempo médio de comprometimento com as dívidas é de 7,3 meses. O percentual médio da renda comprometida dessas famílias com dívidas é de 31,8%, sendo que 19,1% dos consumidores têm mais de 50% dos rendimentos vinculados às dívidas.

 

Intenção de consumo cai novamente 

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também medida pela CNC e pela Fecomércio PR, registrou nova queda em fevereiro, com 127,6 pontos. O indicador era de 129,7 pontos em janeiro e de 140,5 pontos em fevereiro de 2014, o que representa uma queda de 9,18% em doze meses. Ainda assim, a disposição em consumir dos paranaenses permanece maior do que a ICF nacional, que ficou em 117,8 pontos.

O segundo mês de 2015 traz intenção de consumo de 125,6 pontos para as classes com maior poder aquisitivo, com diferença de 21,1 pontos, quando comparada a fevereiro de 2014. Nas classes sociais que somam renda familiar menor do que dez salários mínimos, a diferença é de 11,2 pontos.

A situação no emprego atual é definida como mais segura para 51,7% dos consumidores e para 47,4% a perspectiva no emprego é favorável e esperam algum tipo de promoção ou melhoria salarial.

As classes de maior renda são as mais otimistas com relação à perspectiva profissional (53%), apesar de apresentarem a maior queda na intenção de consumo. Entre as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o percentual que acredita em uma elevação salarial é de 46,2%. No geral, esse percentual é de 47,4%. Em fevereiro de 2014, os colaboradores que se sentiam menos seguros no emprego chegavam a 9%, percentual que subiu para 10,8% neste mês.

A situação da renda é considerada melhor para 77,6% de maneira geral; 78,6% para as famílias com renda até dez salários mínimos e 72,9% nas classes mais altas.

Para 69,1% das famílias, este é um bom momento para a aquisição de bens duráveis, como eletrodomésticos, TVs, som, etc. Em fevereiro do ano passado esse percentual era maior, 77,4%.