SÃO PAULO, SP – Parlamentares da Itália aprovaram nesta sexta-feira (27) uma resolução não vinculante que insta o governo a reconhecer a Palestina enquanto um Estado. O gesto simbólico reitera a frustração dos países europeus sobre as negociações de paz no Oriente Médio.
A câmara dos deputados da Itália aprovou por 300 votos a 45 a moção apresentada pelo Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Matteo Renzi, com o intuito de “promover o reconhecimento da Palestina enquanto um Estado democrático”.
A votação não muda a posição do governo italiano, que não reconhece a Palestina enquanto um Estado.
Uma segunda moção aprovada pelos deputados italianos convoca uma “retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos”.
Os parlamentares rejeitaram uma moção mais incisiva apresentada por partidos de esquerda, a qual teria “completa e formalmente reconhecido o Estado palestino”.
As moções aprovadas foram criticadas pelo Comitê Executivo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) por não promoverem um reconhecimento incondicional da Palestina.
“Nós convocamos o governo da Itália a reconhecer o Estado palestino incondicionalmente, a tomar medidas séria e concretas para por fim à ocupação militar [israelense] e a trabalhar no sentido de uma paz justa”, afirmou o membro do Comitê da OLP, Hanan Ashrawi.
A embaixada de Israel em Roma saudou a decisão do parlamento em não reconhecer diretamente o Estado da Palestina.
“Saudamos a escolha do parlamento italiano em não reconhecer o Estado palestino e em dar preferência à negociação direta entre israelenses e palestinos”, afirmou a embaixada em comunicado.
Vários países subdesenvolvidos, incluindo o Brasil, reconhecem o Estado da Palestina, enquanto a maioria dos governos da Europa ocidental mantêm o não reconhecimento, seguindo a posição dos Estados Unidos de que um Estado palestino deveria surgir das negociações com Israel.
Países europeus, no entanto, vêm demonstrando um descontentamento crescente em relação às políticas de Israel, que desde o fracasso das negociações de paz em abril vem anunciando a construção de mais assentamentos em território palestino ocupado.
Em dezembro, o Parlamento da França aprovou uma medida semelhante. O Parlamento Europeu também aprovou o reconhecimento do Estado palestino.