Dois organizadores de uma festa universitária realizada em Bauru (329 km de São Paulo) foram presos na manhã deste domingo (1), acusados de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A prisão é decorrente da morte do estudante Humberto Moura Fonseca, 23. Fonseca, que participava da festa na tarde deste sábado (28), morreu e outras seis pessoas foram internadas supostamente por coma alcoólico.

Segundo a Polícia Civil, os autuados organizaram a festa Inter Reps e são estudantes do quarto ano de engenharia. Seus nomes não foram revelados. Natural de Passos de Minas (MG), Fonseca também estudava engenharia elétrica e estava matriculado no campus de Bauru da Unesp. Ainda de acordo com a polícia, a festa tinha bebida liberada e a suspeita é de que a organização estimulava competições entre os universitários para ver quem ingeria a maior quantidade de bebida alcoólica. Uma testemunha que participou da festa disse à polícia que Fonseca também competiu e bebeu 30 doses de vodca.

A polícia não quis dar novas informações porque as investigações estão em andamento, mas disse que outras prisões devem acontecer. O IML (Instituto Médico Legal) ainda não divulgou o laudo da autópsia. A reportagem tentou contato com a família de Fonseca, mas não conseguiu. Pelo menos três estudantes continuam internados nos hospitais; no sábado, dois estavam com situação considerada grave, também com sintomas de coma alcoólico. Outros dois haviam tido alta horas após a internação. Uma das internadas, uma universitária de 19 anos, foi transferida no sábado para um hospital particular, também em Bauru.

‘PAREM A FESTA’ Nas redes sociais, colegas lamentavam o ocorrido. Numa página na internet que promovia a festa, os folders destacavam open bar de cerveja, vodca, energético e pinga de sabor catuaba. Um estudante de direito de 21 anos que participava do evento disse à reportagem que, por volta das 19h30, a banda Homem de Lata, que estava no palco, anunciou o fim da festa motivado pela morte do jovem. “Ninguém viu nada, mas os boatos estavam rolando antes de os caras avisarem que o menino morreu e encerrariam a festa”, conta o universitário na condição de anonimato.