NATUZA NERY BRASÍLIA, DF – Após a desaprovação pública, a presidente Dilma Rousseff encontrou neste domingo (1º) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como se nada tivesse acontecido. Os dois participaram, juntos, da solenidade de aniversário do Rio. Nos bastidores do evento, auxiliares presidenciais relataram que o clima entre os dois era “leve”. No local, havia a expectava de que a petista, conhecida pelo estilo durona, iria dar uma “gelada” no titular da economia. Na sexta-feira (27), Levy anunciou novas medidas do ajuste fiscal com expressões duras contra o programa lançado no primeiro mandato de Dilma para desonerar a folha de pagamento de 56 setores. “INFELIZ” A jornalistas, ele classificou a medida como grosseira. A presidente não gostou do tom e, no sábado (28), chamou a expressão de “infeliz” publicamente durante uma viagem para a posse do novo presidente do Uruguai. “Eu acredito que a desoneração da folha foi importantíssima e continua sendo. Se não fosse importante, nós tínhamos eliminado ou simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo”, afirmou a presidente. “O fato é que o ministro e todos os setores estão comprometidos com uma melhoria das condições fiscais do país”, acrescentou Dilma. A presidente afirmou que a desoneração da folha de pagamentos é uma realidade. “O que fizemos foi um reajuste nas condições”, disse. “[A desoneração] será sempre um instrumento, que não é pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que em certas conjunturas temos que reajustar, ou para cima ou para baixo. Agora foi para cima”, afirmou. Ao ser questionada se isso representava reconhecer um erro em sua política econômica, a presidente respondeu: “Quando a realidade muda, a gente muda”. Segundo a presidente, o país passa por dificuldades passageiras. “Pode ter certeza de que o Brasil vai sair mais forte, até porque o Brasil tem fundamentos sólidos. Nós passamos por dificuldades conjunturais e sairemos num outro patamar, podendo continuar crescer, garantindo os empregos que criamos e a renda que conquistamos”