A Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), por meio de nota, informou que não julga suficiente a proposta feita pelo governo federal, no dia 25 de fevereiro, para colocar fim aos protestos da categoria, que bloqueou rodovias por todo o país. Para a Abcam, o governo teria recorrido a um grupo de pessoas que não têm influência junto à categoria ” e, por isso mesmo, acabou por aprovar propostas que não atendem aos anseios dos caminhoneiros”, diz a nota. 

A associação reitera que a reivindicação dos caminhoneiros é quanto ao preço do óleo diesel. “Por isso, propomos que o governo retire todos os percentuais dos impostos recentemente acrescentados ao valor do óleo diesel, por um prazo de 6 meses; enquanto se processam novas conversações e negociações; o que, por si só, traria a volta da normalidade nas estradas”, afirma o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes.  

O representante da entidade de classe afirma que o setor quer que o governo se comprometa a discutir uma Planilha Nacional de Custos, na qual estejam contemplados todos os insumos (combustível, pneu, manutenção depreciação do equipamento, custo do motorista, etc), os valores de mercado das commodities e a distância percorrida – ida e volta. Com essa ação, poderá ser composto um custo tonelada/km para cada frete contratado. “E não uma Tabela Referencial de Frete como anunciado, primeiro porque atenderá apenas aos interesses dos transportadores e depois porque acaba por caracterizar uma cartelização ao estabelecer valores fixos de frete”, diz Lopes.

“Estamos atentos aos desdobramentos dessas paralisações e com suas consequências, que podem vir a prejudicar não somente os caminhoneiros autônomos, que são seres humanos com família e que estão defendendo sua própria sobrevivência, como toda a sociedade, porque tememos um recrudescimento de lado a lado nesse embate, que possa levar ao descontrole das ações”, finaliza a nota.