Vilson Ribeiro de Andrade, ex-presidente do Coritiba, rebateu acusações que entregou o clube em crise financeira. Ele foi derrotado nas eleições de dezembro. O Coxa agora é presidido por Rogério Portugal Bacellar.

Diferentemente de 2010, quando pegamos o clube com apenas 2,5 mil sócios, com inúmeras dívidas fiscais, cíveis e trabalhistas, estádio interditado e jogadores sem nenhuma vontade de atuar pelo Coritiba, deixamos o clube com mais de 17 mil sócios e com investimentos de mais de R$ 30 milhões no Couto Pereira que, literalmente, estava caindo aos pedaços e hoje é um estádio que dá boas condições aos torcedores e aos atletas, porque também reformamos o sistema de irrigação, drenagem e instalações, declarou Vilson, para o site Coxanautas.

“Se a dívida aumentou? Não posso te responder, porque quando nós chegamos, o Coritiba simplesmente não sabia para quem devia e quanto devia. Contratamos uma empresa de auditoria que consolidou os 146 processos em andamento e reuniu todos os credores do clube. Chegou-se a um patamar de R$ 151 milhões, que foram incorporados (depois de auditados) nos balanços de 2011, 2012 e 2013. O valor em risco trabalhista era de R$ 273 milhões, considerando multas, juros e correção nas possíveis condenações. Organizamos a dívida, tiramos os esqueletos de 20 anos do Coritiba e tivemos a coragem de reconhecer tudo em balanço”, afirmou o ex-dirigente.

Vilson questionou o número apresentado pela atual diretoria, que afirmou que a dívida do Coritiba chega a R$ 220 milhões. “Deixamos o Coritiba com R$ 194 milhões de dívidas projetadas para dezembro e estes números foram apresentados ao Conselho na reunião de outubro, que incluiu a apreciação do orçamento de 2015. Sinceramente não sabemos de onde vem esta diferença, até porque não tivemos acesso aos balanços do fechamento do quarto trimestre e, consequentemente, do ano de 2014, já que a diretoria assumiu no meio do mês”, explicou. “Destes R$ 194 milhões, R$ 156 milhões são de dívidas em longo prazo (alongadas em prazos compatíveis com o fluxo de caixa do clube), e R$ 33 milhões são de curto prazo e envolvem pendências com a CBF, Banco Central, atletas, contratos a vencer, entre outros. Estes são meus números”, detalhou.