SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A pivô de um escândalo de escutas telefônicas ilegais revelado em 2011, Rebekah Brooks, deve voltar a trabalhar no grupo midiático News Corp. A jornalista britânica, afastada da empresa desde a revelação escândalo, foi absolvida em 2014 das acusações de envolvimento no caso. Embora ainda não se saiba exatamente qual cargo Rebekah Brooks ocupará na multinacional, é provável que ela trabalhe na área de mídias sociais e digitais. Segundo o “New York Times”, o News Corp. quer que Brooks dirija a Storyful, agência de notícias relacionadas a mídias sociais adquirida pelo grupo em 2013. Rebekah Brooks renunciou ao cargo de diretora-executiva da News International, subsidiária britânica da News Corp., após o escândalo de escutas telefônicas ilegais revelado em 2011. ESCÂNDALO Rebekah Brooks foi acusada judicialmente de estar envolvida nas interceptações telefônicas ilegais feitas pelo tabloide “News of the World” (“NoW”), controlado pelo News International. O jornal, que havia sido investigado em 2006 e 2007 por grampos ilegais envolvendo a família real britânica, fechou em julho de 2011 após um novo escândalo. Foi divulgado que o “NoW” teria grampeado o telefone celular -inclusive apagando mensagens- de Milly Dowler, adolescente que desapareceu em 2002, época em que Rebekah Brooks era editora-chefe do jornal. A manipulação das mensagens, ainda em 2002, fez a polícia e a família da jovem acreditarem que ela ainda estaria viva, já que a sua caixa postal continuava sendo “limpa”. O corpo foi encontrado seis meses depois. Rebekah Brooks e outros funcionários do News International foram acusados de rastrear telefones para conseguir histórias exclusivas através de pagamentos ilegais a funcionários públicos e de tentar atrapalhar a investigação policial após o desaparecimento de Milly Dowler. Em 2014, Brooks foi absolvida de todas as acusações pela Justiça britânica. Já Andy Coulson, editor do “News of the World” entre 2003 e 2007, foi condenado a 18 meses de prisão por fazer parte da conspiração das escutas clandestinas.