Em 2002, estive por uma boa parte do ano, prestando serviços para a Chevrolet, especificamente para a rede SIGA, que é onde se vendem os veículos seminovos com garantia e revisados.
No segundo semestre daquele ano tivemos uma convenção que reuniu praticamente todas as concessionárias que possuíam a bandeira SIGA. Neste evento de final de semana estavam presentes todos os gerentes de vendas do Brasil, um grupo de mais de 100 pessoas, houve diversas palestras e dinâmicas de grupo. Uma das pessoas que falou para este grupo foi um dos Vice-presidentes da GM no Brasil, das várias coisas que ele falou, uma me chamou a atenção:

Ele dizia que nos últimos anos mais de 2 milhões de brasileiros perderam seus empregos, destes, a grande maioria nunca mais terá um emprego, encontrarão trabalhos esporádicos, bicos no popular, aumentando o mercado informal; dentre estes 2 milhões há cerca de 200 mil que são mais instruídos do que nós, falam mais línguas, tem um currículo melhor que o nosso e estão dispostos a pegar o nosso emprego por bem menos do que ganhamos.
Confesso que aquelas palavras me deixaram bastante tenso, principalmente vindas de um dos vice-presidentes de uma empresa como a GM.
Uma das classes que mais sofreu com o downsize, foi a dos bancários. Eles simplesmente foram enxugados até o osso e aqueles que passaram ilesos pela demissão em massa com o tempo poderão ser trocados por mais novos, o que geralmente acontece por volta dos 40 e poucos anos. E ainda dizem que a vida começa aos 40.
A grande questão é: como se proteger? Acredito que a melhor forma é sempre procurarmos não por emprego e sim por manter o trabalho. Fazermos uma constante auto-análise, se realmente somos produtivos, se estamos sempre inovando, mantermos a auto-estima e nunca esquecermos de estar constantemente nos modernizando, senão quando menos se espera, você será a próxima vítima do downsize!!!!
Para quem é determinado sempre haverá trabalho.

Um grande abraço e boa semana.