A vida para alguns presos na Penitenciária Lemos Brito certamente parece ser melhor do que a de muita gente livre. É que os condenados do local, situado no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador (BA), foram flagrados ostentando churrasco, bebidas, armas, suplementos alimentares e até uma esteira ergométrica dentro da unidade. Segundo o Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), as fotos da farra foram encontradas em celulares apreendidos na penitenciária entre o final do ano passado e o começo deste ano.

Segundo a Sinspeb, até mesmo casos de prostituição já foram descobertos na penitenciária. Do lado de fora, pessoas chegam a arremessas armas e celulares para dentro do presídio. Na penitenciária não tem muro externo, não tem vigilância externa, as portas estão caindo aos pedaços. Aqui não tem condição de segurança e estrutura para funcionar”, reclamou em entrevista ao G1 Geonias Santos, coordenador do Sinspeb.

Segundo Geonias, a penitenciária abriga atualmente cerca de 1,2 mil detentos. O local, porém, dispões de apenas 20 agentes penitenciários. Para piorar a situação, o Ministério Público afirma que até hoje não existe muralha nem cerca e que a portaria é precária. Isso (farras dos presos) é fruto da falta de estrutura da penitenciária e de segurança. Você tem uma falta de policiamento na guarda e, segundo o que a gente apurou, somente 30% das guaritas estão efetivamente cobertas”, disse o promotor Edmundo Reis.

O MP, inclusive, já abriu um inquérito civil para apurar as condições de funcionamento da penitenciária e não descarta interditar o local. Contudo, segundo o superintendente de Gestão Prisionar, o major Júlio César, situações como as vistas nas fotos são coisa do passado.

Essa situação já tinha sido notificada no ano passado. Chegou através do sindicato e a admnistração passou a adotar uma série de providências. Foi aberto um procedimento disciplinar, presos identifficados nas fotografias foram transferidos e há uma investigação em curso para apurar possível facilitação por parte de servidores que atuam dentro da unidade”, afirmou o major.