A sessão de ontem da Assembleia Legislativa teve bate-boca entre o líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) e do PMDB, Nereu Moura. O líder governista acusou o colega de partido de demagogia na discussão das mudanças na previdência do funcionalismo público estadual. E também na apresentação de um ofício dirigido ao governador Beto Richa (PSDB) para que ele revesse o aumento de 36% nas tarifas de energia. Romanelli pediu que os deputados da base do governo rejeitassem o pedido, que segundo ele não passaria de um factóide para desgastar o governador, porque a decisão sobre o reajuste da tarifa seria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não da Copel ou do governo do Estado. Tenho visto muita demagogia, muita gente querendo surfar.

Eleição
Moura não se intimidou com a reação do líder da situação. Não há motivo para o deputado Romanelli estar nervoso, agressivo, como se fosse um galo de rinha querendo mostrar que tem mais força do que possui, ironizou. O líder peemedebista lembrou ainda que em junho do ano passado, a Aneel também autorizou a Copel a aplicar um reajuste de 35,05%, mas que o governador determinou que um aumento menor, de 25%. Aumentou só 25% porque era véspera de campanha eleitoral. Agora que não é pode aumentar 36%, apontou o parlamentar. Mesmo assim, o requerimento acabou sendo rejeitado por 25 votos a 14.

Melhor não
Ao contrário do que se poderia imaginar, a maioria dos deputados concordou com a decisão do presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), de voltar atrás e desistir de aumentar as verbas de gabinete dos parlamentares, seguindo o que fez a Câmara Federal. Diante da conjuntura atual, com o Estado sem dinheiro para pagar férias de servidores e contando os tostões para quitar a folha de salários, pós-invasão do Legislativo por conta do pacotaço, e com os deputados enfrentando protestos e apupos de servidores e da população em suas bases eleitorais, eles chegaram a conclusão de que não seria o momento de aplicar o reajuste, mesmo que fosse apenas para recompor perdas inflacionárias.

Reforma política
A Assembleia decidiu criar uma comissão para acompanhar a discussão da reforma política pelo Congresso. No próximo dia 20, o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), relator da comissão especial da reforma política do Congresso vem a Curitiba para participar de uma audiência pública com os deputados paranaenses e representantes da sociedade civil.

Comissão geral
E a famigerada comissão geral de plenário – que permite ao governo acelerar a votação de projetos de seu interesse, e acabou sendo o estopim da revolta de servidores e manifestantes contra o pacotaço do Executivo, deve finalmente começar a ser extinta amanhã. A proposta deve ser votada hoje pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. E segundo o presidente do Legislativo, se isso se confirmar, já estará em pauta na sessão de amanhã.

Regimento
Os deputados também definiram ontem que a comissão especial de reforma do regimento interno terá onze membros, e não sete como previa o requerimento original. A alegação é atender a todos os parlamentares interessados em participar. Pelo critério de proporcionalidade, cabe ao PSC indicar dois parlamentares e às demais bancadas ou blocos, um nome cada. O Bloco PP/PMN/SD já apontou o deputado Felipe Francischini (SD) como membro titular e a deputada Maria Victória (PP) como suplente.