O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recuou da decisão de permitir que mulheres ou maridos de parlamentares viajem de suas cidades para Brasília com passagens aéreas pagas com recursos públicos. A medida foi aprovada na semana passada, e gerou grande repercussão, em especial nas redes sociais da internet, onde o benefício recebeu apelidos como o bolsa-esposa, bolsa-patroa, ou transpatroa.
Cunha disse que proporá hoje aos integrantes da Mesa Diretora da Câmara um recuo em relação à decisão de conceder passagens para cônjuges de parlamentares. Ele reconheceu que a repercussão não foi positiva. Se não foi positiva, por que manter?, indagou o presidente da Casa.
Estou tomando minha decisão. Como propus a concessão de passagens e a Mesa decidiu, vou propor a revogação e ela tem de decidir. Não pode a decisão da Mesa ter causado desgaste e eu ser o salvador da pátria e revogá-la. Vou levar à Mesa [a proposta de recuo], para que ela tenha o direito de participar da nova proposta e concordar ou não. A decisão cabe à Mesa. Minha proposta é de recuo, afirmou Eduardo Cunha.
O que posso afirmar é que haverá recuo. A Mesa decidirá em conjunto o tipo de recuo. Não pode ser uma ação voluntarista. Defendo criar uma condição, avaliar as excepcionalidades, que poderiam ser adotadas mediante decisão sobre cada caso. O parlamentar é que teria de requerer e nós definirmos o critério. Esta é a minha proposta, acrescentou.
Para Eduardo Cunha, a decisão sobre concessão de passagens não foi precipitada e nem é preciso tomar mais cuidado. Segundo ele, é bom quando alguém toma uma atitude, tem a tranquilidade de revê-la e que ter o direito de recuar. Faz parte da democracia. Acho que todos podem cometer situações por convicção e depois perceber que essa convicção não teve a receptividade que permita mantê-las. Se todos fizessem assim, seria muito mais fácil a vida, concluiu.