SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O anúncio de que Fernando Alonso não disputará o GP da Austrália, prova que abre o Mundial de F-1 no próximo dia 15, é mais um infortúnio para a McLaren neste difícil início de temporada. Sem vencer uma corrida há mais de dois anos -o último triunfo foi no GP Brasil de 2012, com Jenson Button-, a equipe inglesa aposta todas as suas fichas na reedição da parceria de sucesso com a Honda. Mas, ao menos até agora, não está tendo o desempenho que gostaria. Em 12 dias de testes da pré-temporada, é de longe a equipe que menos acumulou quilometragem. Foram apenas 1.751 km, menos de um terço do que a atual campeã dos construtores, a Mercedes, acumulou no mesmo período (Lewis Hamilton e Nico Rosberg completaram 6.121 km nas três sessões de testes). Sem ter explorado o potencial máximo de seu propulsor, não fez nenhum tempo de volta realmente competitivo durante os testes. Mais que isso, sofreu com uma série de problemas que atrapalharam seu programa de testes e viu as coisas ficarem ainda piores há dez dias, quando Alonso acidentou-se durante o último dia de treinos da segunda sessão em Barcelona. Além de perder uma tarde inteira de testes por conta da batida, o time ainda perdeu o piloto para a primeira corrida do ano. Contratado a peso de ouro pela McLaren para ajudar na reedição da parceria com a Honda, 23 anos depois, o bicampeão mundial sofreu uma concussão na batida e, por ordens médicas, só deve voltar a correr no GP da Malásia, no dia 29 de março. Uma grande perda para o time, que agora terá de contar com os serviços de Kevin Magnussen, titular no ano passado, mas que nem de longe tem as mesmas credenciais de Alonso. As 380 voltas que os pilotos completaram na pré-temporada não serão suficientes para que a McLaren chegue a Melbourne confiante de um bom resultado. Pelo contrário. Eric Boullier, chefe do time, acredita que o time só estará competitivo quando a F-1 voltar para a Europa, na quinta etapa do Mundial. “Não estaremos tão bem preparados como gostaríamos em Melbourne, mas faremos nosso melhor. Tentamos corrigir todos os problemas que surgiram nos testes e testamos a maioria dos sistemas. A confiabilidade de nosso carro ainda é um problema”, disse o dirigente em Barcelona. “Não sabemos ao certo quanto tempo levaremos para melhorar. Não demos tantas voltas quanto queríamos e isso irá refletir em nossa performance, não há dúvidas. Acho que levará algumas corridas, mas acredito que na temporada europeia já estaremos mais competitivos”, afirmou Boullier.