BRASÍLIA, DF, SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A saída de dólares superou a entrada de moeda estrangeira no país em US$ 3,33 bilhões na semana passada, segundo o Banco Central.
Com esse resultado, o saldo de entrada de capital estrangeiro no Brasil ficou negativo em US$ 1,14 bilhão em fevereiro, revertendo o resultado positivo verificado até a terceira semana do mês passado.
Em janeiro, por outro lado, o saldo havia sido positivo em US$ 3,90 bilhões, o que faz com que o resultado acumulado em 2015 esteja, até este momento, positivo em US$ 2,76 bilhões.
Nos dois primeiros meses de 2014, o saldo havia ficado negativo em US$ 246 milhões.
A maior parte da saída de recursos na semana passada foi verificada no segmento de operações financeiras, um saldo negativo de US$ 2,79 bilhões. Estão incluídas aí praticamente todas as operações com câmbio, como investimentos estrangeiros, remessas de lucro e pagamento por serviços no exterior.
Ficam de foram apenas as operações de comércio exterior. Nesse outro segmento, que inclui importações, exportações e financiamentos as essas operações, o saldo da semana foi negativo em US$ 541 milhões.
DISPARADA
Nesta quarta-feira (4) o dólar comercial subiu 2,46%, rompeu a casa dos R$ 3 e atingiu seu maior valor desde agosto de 2004. A disparada da moeda americana acontece um dia depois do presidente do Senado, Renan Calheiros, rejeitar a medida provisória 669, que trata de desonerações tributárias para vários setores.
No início da noite de terça-feira (3), o Palácio do Planalto informou sobre a assinatura de um projeto de lei que retoma os termos da MP 669/15, alterando as alíquotas de desonerações das folhas de pagamento, 90 dias após a sua publicação. O Planalto garantiu que o Projeto de Lei não traria prejuízo para o ajuste fiscal pretendido pelo governo federal.
A atitude do presidente do Senado foi interpretada como retaliação à presidente Dilma Rousseff, após os procuradores da Operação Lava Jato incluírem do nome do senador na lista que investigará 54 políticos suspeitos de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.