GILMARA SANTOS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a decisão do Banco Central de elevar nesta quarta-feira (4) o juro básico (taxa Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano, os aplicadores devem ficar atentos quanto aos seus investimentos. A tradicional poupança perde atrativo em relação a outros investimentos. A estimativa é do professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana. “A poupança amargou e pode continuar amargando poder de compra negativo”, explica o professor ao comentar que a inflação para este ano já está prevista em 7,5% e isso deve ser levado em consideração antes de definir em qual produto aplicar. Mesmo com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), o CDB leva vantagem sobre a caderneta de poupança. Enquanto o rendimento da poupança fica em 7,44%, o CDB aplicado por um período de até seis meses tem remuneração de 7,70%. Se o período for elevado para mais de 24 meses, o rendimento sobe para 8,45%, já que a alíquota do Imposto de Renda sobre os juros obedece a uma tabela progressiva. Com taxa média da TR (Taxa Referencial), que compõe a remuneração da poupança, em 0,10 ponto percentual em março, a caderneta perde também para os fundos de renda fixa. Considerando uma taxa de 1,5% ao ano de administração, para resgaste em até seis meses o fundo terá rendimento de 8,46% e com resgate acima de 24 meses, o retorno será de 9,28%. A poupança, por sua vez, tem rendimento de 7,44% ao ano. No caso da LCI/LCA (Letras de crédito imobiliário e do agronegócio), a taxa de retorno fica ainda mais atrativa. De acordo com o professor, se o investidor conseguir uma taxa de 65% do CDI, a remuneração será de 8%. Se a taxa for de 90% do CDI, o retorno sobe para 11,25%. O Tesouro Direito (Letra Financeira do Tesouro), com custo de 0,3% de custódia e zero de corretagem, tem retorno em até seis meses de 9,65% e em 24 meses de 10,58%.