SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cerca de 120 pessoas do movimento Terra Livre estão morando num prédio invadido na esquina da rua Iraci com a rua Hungria, na região dos Jardins, área nobre na zona oeste de São Paulo. O edifício pertence à massa falida do Banco Santos.
À invasão inicial, ocorrida em 13 de fevereiro e que contava com cerca de 70 pessoas, somaram-se outros militantes, despejados no último dia 20 da Ocupação Dandara, invasão que o movimento mantinha na Barra Funda (zona oeste).
Segundo Giva Manuel da Silva, militante do Terra Livre, as instalações no prédio são precárias, mas os membros do movimento estão reinstalando energia elétrica nos andares, construindo banheiros secos – já que só há água no térreo – e repararão vidraças e janelas danificadas.
O militante afirma que o grupo tenta conversar com a prefeitura sobre o caso, mas que ainda não obteve resposta aos pedidos de diálogo.
“Temos tentado abrir diálogo com a prefeitura para debater inclusive a possibilidade de, se o imóvel for para leilão, a prefeitura comprá-lo e fazer com que ele cumpra sua função social”, disse.
Na terça (3) a Justiça determinou que a casa e as obras de arte do ex-dono do Banco Santos, Edmar Cid Ferreira, fossem a leilão.
Procurado, o administrador da massa falida do Banco Santos, Vânio Aguiar, informou que já entrou com um pedido de reintegração de posse do imóvel na Justiça e que aguarda a decisão. Caso obtenha parecer favorável, Aguiar acredita que o edifício deve, de fato, ir a leilão.
Segundo ele, o valor do imóvel é de R$ 18 milhões.
O Movimento Terra Livre faz parte da Frente de Resistência Urbana (FRU), da qual o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) também faz parte.
Além desta, o grupo, que existe há cinco anos, tem invasões em Osasco e em Cotia, na Grande São Paulo, e no Jardim Pantanal (zona leste).