SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Associações empresariais e sindicatos de trabalhadores criticaram nesta quarta (4) o quarto aumento seguido dos juros pelo Banco Central. A taxa Selic, referência para os empréstimos do governo, subiu de 12,25% ao ano para 12,75% ao ano. Para a Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), o efeito da alta de juros continuará penalizando o setor produtivo e a população, que “arcam praticamente sozinhos” com a responsabilidade de fazer o país voltar a investir, produzir e crescer. “Com a alta absurda dos preços de energia e de combustíveis, empresas e famílias já ficam naturalmente impedidas de maiores gastos, já que essas despesas são obrigatórias e vão consumir parte significativa da renda ou do capital disponível. Aumentar juros, nesse cenário, é inócuo e só piora a vida das pessoas e das empresas, aumentando o endividamento e a inadimplência”, afirmou José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Abad. Segundo a Fecomércio do Rio, o aumento do juros reduz ainda mais a confiança dos empresários e dos consumidores na economia. “O comércio apontou em 2014 o menor avanço em 12 anos. A confiança do setor de serviços é a menor em oito anos, enquanto pesquisa Fecomércio RJ/Ipsos revela os menores patamares para tomada de crédito e intenção de compra em cinco anos”, afirmou a entidade, em nota. A Força Sindical considerou “desastroso” o novo aumento dos juros. “Os insensíveis tecnocratas do Banco Central perderam, novamente, uma ótima oportunidade de afrouxar um pouco a corda que está estrangulando o setor produtivo, que é quem gera emprego e renda”, afirmou, em nota. Já Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) afirmou que o aumento dos juros é “incompatível” com o quadro de recessão da economia brasileira. “O alinhamento entre as políticas fiscal e monetária é fundamental para o controle da inflação, pois contribuiria para abreviar o ciclo atual de elevação das taxas de juros”, afirmou, em nota.