SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de Cingapura condenou nesta quinta-feira (5) dois alemães a serem açoitados três vezes com cana de ratan e a nove meses de prisão por pichar um dos trens do metrô da cidade.
Em novembro, Andreas Von Knorre, 22, e Elton Hinz, 21, entraram em um depósito dos trens urbanos durante a madrugada e picharam uma das composições. Eles invadiram o local em três ocasiões, entre os dias 6 e 8 daquele mês.
Dias depois, deixaram a cidade-estado, mas continuaram sob a vigilância das autoridades locais. Primeiro, foram descobertos em Bancoc para serem presos em 20 de novembro em Kuala Lumpur e extraditados para Cingapura.
Os dois se disseram arrependidos antes de serem sentenciados. “Este é o episódio mais negro da minha vida. Quero pedir desculpas a Cingapura por este ato estúpido. Aprendi minha lição e nunca mais faço isso de novo”, disse Andreas Von Knorre.
“Quero pedir desculpas a vocês e à minha família pela vergonha e pela situação em que me coloquei”, disse Elton Hinz. Os dois foram ao tribunal com o uniforme da prisão, que traz a palavra “detento” na lateral da calça e na parte de trás da camiseta.
O crime de vandalismo é castigado com uma pena de até três anos de prisão e oito açoitamentos com cana em Cingapura, conhecida por impor penas pesadas contra violações à ordem urbana, como jogar lixo no chão e urinar na rua.
Em 2010, o técnico de informática suíço Oliver Fricker ficou preso por sete meses e recebeu três açoites de cana de rattan por vandalizar um trem parado em um depósito.
VIOLAÇÕES
Segundo o Departamento de Estado americano, Cingapura executou 2.203 sentenças de açoitamento desde 2012, incluindo 1.070 contra estrangeiros, em sua maioria por violações à lei de imigração.
“O uso da tortura pelo sistema judicial de Cingapura para punir crimes menores é um indicativo da flagrante desprezo pelos padrões internacionais de direitos humanos”, criticou Phil Robertson, diretor para a Ásia da ONG Human Rights Watch.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse respeitar a soberania de Cingapura para poder condenar seus cidadãos.