LIGIA TUON SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O reajuste extraordinário aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para distribuidoras de energia, que passou a valer na segunda-feira (2), será positivo para o setor, segundo avaliação da Moody’s. De acordo com a agência de classificação de crédito, os reajustes extraordinários, junto ao novo valor das bandeiras tarifárias, vai reduzir a necessidade de as empresas fazerem novas dívidas, uma vez que tende a melhorar seu caixa. A revisão tarifária extraordinária foi motivada por pressões das empresas de distribuição a partir do aumento dos custos da carga regulamentar, o que foi motivado pelo novo cálculo, pelo governo, no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Desde o novo cálculo, as companhias passaram a ser oneradas com elevados custos de aquisição de energia no mercado livre, como resultado da atual seca do Brasil. Para o consumidor, o efeito prático será o aumento de até 48% no preço da luz, considerando reajuste extraordinário e bandeira tarifária. Na média, o aumento percebido pelos brasileiros em março será de 32%. Esse percentual considera tanto a média dos reajustes extraordinários no país (23,4%) quanto o efeito extra trazido pela aplicação da bandeira vermelha (8,5%), que vai valer durante todo mês como forma de repassar ao consumidor gastos extras devido ao uso de termelétricas. As companhias de distribuição têm sido afetadas por uma crescente exposição ao mercado à vista de energia desde o início do ano, já que precisam comprar insumo por um preço mais alto. Outro fator relacionado com os custos mais elevados de energia é o aumento de preços de 46% para a eletricidade proveniente da usina de Itaipu, que é responsável por cerca de 20% da energia adquirida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.