ALEX SABINO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gota d’água para a demissão de Enderson Moreira no Santos aconteceu na manhã de segunda (5). Ele deu uma bronca no zagueiro Werley e o nível da cobrança foi considerado desnecessário pelos outros jogadores. A reportagem apurou que após o treino, Robinho mandou mensagem para o presidente Modesto Roma Júnior alertando que “não dava mais” e que Enderson havia perdido o elenco de vez. Modesto foi imediatamente para o Centro de Treinamento para uma reunião com o treinador, André Zanotta (gerente de futebol) e Dagoberto Fernando dos Santos (CEO e homem forte do futebol na Vila Belmiro). Enderson foi comunicado de que não estava mais nos planos do clube. O presidente já estava irritado com declarações e atitudes de Enderson. Em entrevista ao jornal “A Tribuna”, de Santos, ele havia dito que alguns atletas “acham que são mais do que são” e que “potencial não entra em campo”.

As opiniões pegaram muito mal no comitê de gestão, que deseja ver os jogadores mais jovens sendo utilizados. Na partida do último domingo (1), contra o Linense, no Pacaembu, o técnico irritou conselheiros e integrantes do comitê ao manter os veteranos em campo durante o segundo tempo enquanto os garotos ficaram no banco de reservas. Uma das principais vítimas das críticas internas de Enderson era Gabriel. Internamente, ele dizia que o atacante, considerado as principais revelações das categorias de base, é “mascarado”. Dirigentes e funcionários do CT avisaram aos atletas que algo estava por acontecer. Quando a demissão foi confirmada, alguns deles soltaram gritos de comemoração.

PEPINHO Há um movimento interno no Santos para que Pepinho, filho do ex-atacante Pepe e campeão da Copa São Paulo do ano passado com o time Sub-20, seja escolhido como substituto de Enderson Moreira no comando da equipe. Pelo menos até o final do Campeonato Paulista. Assim, ele poderia mostrar se tem condições ou não de ser mantido no cargo. A solução, considerada interna, não agrada a todos. Dagoberto Fernando, por exemplo, defende a contratação de Vágner Mancini, que já passou pelo Santos e foi vice-campeão paulista em 2009. Dagoberto e Mancini trabalharam juntos no Atlético-PR. Coincidentemente, Mancini caiu na época também por causa de problemas com o elenco.