A Urbs vai parcelar em até seis vezes a dívida do governo estadual com o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), atualmente em torno de R$ 6 milhões. A decisão foi comunicada à Justiça do Trabalho pelo presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, durante audiência no Tribunal Regional do Trabalho nestas quinta-feira (05) para discussão do reajuste salarial de motoristas e cobradores. O acordo entre Urbs e Comec foi firmado na I Vara da Fazenda Pública.

Pelo acordo, a Urbs vai reduzir em 50% a retenção dos valores de passagens metropolitanas pagas com o cartão transporte no Sistema de Bilhetagem Eletrônica de Curitiba. Essa medida já foi adotada em janeiro, quando a Urbs liberou em torno de R$ 3 milhões para as empresas metropolitanas, garantindo o pagamento do vale-salário aos trabalhadores e, novamente em fevereiro quando mais R$ 3 milhões foram depositados na conta das empresas. Esse repasse permitiu o pagamento em dia aos trabalhadores e evitou paralisação no transporte coletivo da região metropolitana.

A dívida do Estado com o FUC, que era de R$ 16,5 milhões no fim do convênio, em 31 de dezembro de 2014, está agora, graças à retenção da receita do sistema de bilhetagem relativo ao transporte da região metropolitana, em torno de R$ 6 milhões.

O presidente da Urbs explica que a medida foi adotada parta garantir que as empresas metropolitanas tenham recursos para pagar seus funcionários. “O objetivo é dar um fôlego financeiro para as empresas metropolitanas e também para o governo estadual e a Comec, em função da eventual dificuldade de recursos”, disse Gregorio.

Entenda como funciona:

Os recursos do transporte coletivo de Curitiba são do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), um fundo municipal que faz parte do orçamento do município e que é administrado pela Urbs.

Quando o cidadão paga a passagem em dinheiro, esse valor vai direto para as empresas, a título de antecipação. Quando a passagem é paga com o cartão transporte os recursos vão automaticamente para o FUC. Esses recursos são repassados 48 horas depois para as empresas.

Os atrasos nos repasses de subsídio do governo do Estado ao transporte metropolitano integrado, no ano passado, provocaram uma série de atrasos nos repasses do FUC para as empresas. Com o fim do convênio, em dezembro, a Comec passou a ser responsável pelo pagamento das empresas metropolitanas, ficando os recursos do FUC exclusivamente do sistema de transporte de Curitiba.

Para reaver os recursos devidos pelo governo estadual, a Urbs passou, com autorização por escrito da Comec, a reter receita das passagens pagas com cartão no transporte metropolitano. Diante das crescentes dificuldades financeiras registradas no transporte metropolitano desde janeiro a Urbs passou a fazer repasses de parte desses recursos para as empresas metropolitanas, reduzindo assim a retenção para quitar a dívida da Comec com o Fundo de Urbanização de Curitiba.