Mesmo com a determinação do desembargador Luiz Mateus de Lima, do Tribunal de Justiça (TJ), para que as aulas fossem retomadas na rede estadual de ensino, ontem os 950 mil alunos da rede permaneciam sem aulas. Apenas 36 escolas em todo o Estado funcionaram, segundo a Secretareia de Estado da Educação. Como dificilmente as aulas serão retomadas hoje, a greve fatalmente vai completar um mês na próxima segunda-feira, e sem garantia de aulas normais.

Até as 19 horas de ontem, a APP-Sindicato, que representa os trabalhadores em Educação Pública do Paraná, não havia recebido a notificação da Justiça, porque a sede ficou o dia todo fechado. O diretor de comunicação da APP, Luiz Fernando Rodrigues, confirmou que a sede da APP ficou fechada “em recesso” o dia todo porque os trabalhadores precisavam de folga, após tantas marchas e protestos. “Por isso, fica valendo a decisão da assembleia de quarta-feira, que votou pela continuidade da greve”, afirmou ele. Hoje, a sede também não vai abrir, já que o sindicato resolveu dar dois dias de folga aos funcionários.

O desembargador determinou o retorno imediato às aulas de professores e funcionários da rede estadual de educaçãosob multa diária será de R$ 20 mil. A determinação judicial veio no mesmo dia que uma assembleia que reuniu pelo menos 20 mil professores no estádio da Vila Capanema decidiu pela continuidade da greve.

O despacho do desembargador também proibe os grevistas também de obstruir, de qualquer modo. O secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, disse na quarta-feira que a decisão de recorrer à Justiça foi a forma encontrada para proteger os direitos da população paranaense. É uma medida extrema, mas necessária. Não existe mais justificativa para a greve, afirmou Sciarra. Todas as questões financeiras, administrativas e da operação escolar estão atendidas.

A greve que vai completar um mês já traz sérios comprometimentos para o ano letivo, que deve ser de, no mínimo, 200 dias por ano. Isso pode representar aulas aos sábados, ou férias de meio de ano mais curtas, além das aulas avançarem sobre o mês de dezembro, prejudicando os estudantes de terceiro ano que se preparam para o vestibular e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).