FELIPE GUTIERREZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Previdência, Carlos Gabas, pediu nesta sexta-feira (6) que o movimento sindical defenda a Petrobras contra o que considerou um “ataque profundo” à estatal.
Dirigindo se a sindicalistas de São Paulo, Gabas disse: “O movimento sindical precisa se manifestar frente a uma situação que está se colocando que é o ataque profundo à maior empresa que esse país já teve, que é a Petrobras.”
Na visão do ministro, as vítimas do ataque são a engenharia nacional e o emprego. Gabas disse, em dois momentos, que defende punições aos envolvidos no esquema de corrupção, mas criticou a atuação do Ministério Público. “O trabalhador não pode pagar a conta por essa Operação Lava Jato”, afirmou.
“O que o Ministério Público está querendo é que as empresas não possam mais funcionar no Brasil. Isso faz com que empresas estrangeiras tenham que assumir o que as nacionais estavam fazendo. A nossa convicção é que se tem fraude, crime, tem que ser apurado, e os responsáveis, punidos. Mas não pode fechar as empresas por isso”, defendeu. “Estaria matando um patrimônio nacional que é nossa engenharia nacional, nossa capacidade de produção, gerando empregos no Brasil”, acrescentou.
Fornecedoras da Petrobras que foram implicadas no esquema de propinas investigado pela Lava Jato enfrentam dificuldades no mercado. A Sete Brasil, que foi citada no escândalo pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, teve empréstimos barrados. A maior fornecedora da Petrobras no pré-sal inicialmente receberia dinheiro iria do BNDES. A empresa tentou recorrer a bancos privados, que não se interessaram pelo negócio.
Gabas e o ministro do Trabalho, Manoel Dias, se encontraram com dirigentes de diferentes centrais sindicais para conversar sobre as novas condições para requisição de benefícios trabalhistas. A reunião aconteceu na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em São Paulo.
De acordo com Manoel Dias, eles foram ao encontro para “passar e receber informações” por recomendação da presidente Dilma Rousseff.