FELIPE BÄCHTOLD CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Após determinar o fim da greve nas escolas estaduais, um desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná ordenou nesta sexta-feira (6) o encerramento da paralisação também nas universidades do Estado. Os professores universitários e servidores estavam em greve havia mais de três semanas em protesto contra o atraso no pagamento de benefícios e contra propostas de mudança na Previdência do Estado.

Liminar do desembargador Luiz Mateus de Lima determina a volta ao trabalho em um prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 3.000. A medida foi solicitada pelo governo de Beto Richa (PSDB), que considera a greve “política” e que afirma já ter atendido às reivindicações. O magistrado entendeu que a paralisação compromete serviços essenciais, como hospitais universitários, e afeta o calendário escolar. Ele também proibiu o bloqueio de prédios públicos e autorizou o governo a usar força policial, se necessário.

Os termos da decisão são parecidos com a ordem relacionada às escolas, expedida na última quarta pelo mesmo desembargador. Mesmo diante da medida, no entanto, poucos professores da rede estadual voltaram às aulas até esta sexta-feira (6) -segundo o governo, só 40 escolas funcionaram.

A decisão do TJ dava um prazo de 24 horas, a partir da notificação, para o retorno aos trabalhos. Segundo o sindicato da categoria, a notificação sobre a liminar ocorreu só nesta sexta. Uma nova assembleia dos grevistas para discutir a paralisação está marcada para segunda-feira. No mês passado, as universidades estaduais ameaçaram interromper bolsas de estudos, compra de materiais básicos e até água devido à política de corte de gastos do governo Beto Richa. O Estado vive uma crise financeira que levou o governo a contingenciar recursos em todas as áreas no início do ano.

A reportagem não conseguiu localizar representantes dos sindicatos dos professores e dos servidores para comentar a decisão da Justiça.