Personagem criado por Carlo Collodi, Pinocchio nasceu na Itália para encantar as crianças. Feito de madeira por Gepeto, um velho solitário que não tinha filhos, ganhou vida pelo grande amor de seu escultor. Sempre acompanhado pelo Grilo Falante, que significava a voz da razão, caia em tentação e se deixava levar pela lábia da Raposa, da Gata, do dono do circo e outros personagens perversos . Mentindo o tempo todo, via seu nariz crescer e no final, depois de várias recaídas, ficou com o aspecto de um Burro.

A lenda infantil vai por aí. Pinocchio acabou sendo a personificação da mentira e da burrice. Em Viena, no centro histórico, entre o Museu Albertina e a fabulosa Biblioteca Imperial dos Habsburgos, a maior biblioteca barroca da Europa (1723),– um monumento de arte que todos os que visitam a capital austríaca deveriam conhecer – (tem 200 mil volumes e 6 milhões de documentos) – brasileiros e argentinos fazem fila em frente de uma pequena porta que abre o mundo encantado de brinquedos baseados no Pinóquio.

Para quem está acostumado com mentiras e burrices, comprar um exemplar de madeira da personificação da ingenuidade que termina mal, é quase uma tentativa de fazer do limão uma limonada. E de exorcizar más influências. Pode ser um amuleto nesses tempos bicudos que estamos vivendo.