O presidente do Paraná Clube, Rubens Bohlen, comunicou às 17h50 dessa terça-feira (dia 24) sua renúncia. Ao anunciar que está deixando o cargo, em pronunciamento no Hotel Bourbon, em Curitiba, afirmou que foi ameaçado por um integrante do grupo chamado Paranistas de Bem. Ele não revelou o nome da pessoa que fez a ameaça.

Primeiro, preciso relatar o que aconteceu ontem (segunda-feira), que foi determinante para a abertura desse documento. Quando acompanhava o jogo-treino da equipe profissional no CT Paraná Racco, por volta das 16 horas, fui surpreendido por um dos integrantes do grupo Paranistas de Bem. Ele invadiu o local e fez ameaças verbais e públicas para mim. As ameaças ocorreram na frente de todo elenco profissional, declarou. Tais atos, inclusive ameaças à minha família, vêm ocorrendo nas últimas semanase impedem que a equipe profissional trabalhe, atrasa a implementação de projetos e afasta patrocinadores, criticou. É um fato muito grave, que compromete a integridade física. Por isso, comunico meu desligamento, explicou.

Em entrevista para a Transamérica, João Luiz de Carvalho, o João Kitéria, ex-presidente Torcida Organizada Fúria Independente, afirmou que esteve no CT Racco na segunda-feira, mas negou que tenha ameaçado Bohlen. O que acontece que têm funcionarios que recebem muito dinheiro e estão se metendo na parte politica do clube, pedindo apoio ao Bohlen. Estão fazendo terrorismo com os jogadores, dizendo que se o presidente saísse que eu entraria no vestiário e daria tapa na cara dos jogadores. Dizendo que a gente ia mandar todo mundo para a rua. São coisas que au não admito, declarou. Desde janeiro me desfiliei da Fúria Independente, contou. E nem sabia que o presidente estaria lá. Fui lá cobrar essa situação. Discuti com o Fernando Leite (supervisor) e não foi nada demais. Agora quer se fazer de vítima, argumentou.

No pronunciamento, Bohlen também defendeu sua gestão. Entrego um clube organizado, com metas traçadas e departamentos profissionalizados, disse. No Paranaense, fazemos a melhor campanha desde 2001, completando dois anos sem perder fora de Curitiba (no campeonato estadual), afirmou.

Ao fazer os agradecimentos finais, Bohlen citou sua família e chorou.

Com a saída de Bohlen, a presidência ficará com o vice Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, que tem apoio do Paranistas de Bem.

Faz parte desse grupo Durval Lara Ribeiro, o Vavá, que foi diretor de futebol na gestão de José Carlos de Miranda, de 2004 a 2007. Outro é Waldomiro Gayer Neto, que foi vice-presidente nas gestões de Aurival Correia e Aquilino Romani. O próprio Aquilino Romani também faz parte. João Luiz de Carvalho, o João Kitéria, é outro que está nessa lista. Completam o grupo o conselheiro Carlos Alberto Werner (ex-administrador das categorias de base), Rene Bernardi (ex-proprietário da empresa BASE e do Ninho da Gralha), o vereador Tiago Gevert, Luiz Ricardo Berleze, Leonardo Oliveira e Osman Luiz Tomasi.

O grupo promete injetar R$ 4 milhões no futebol do Paraná, mas desde o início vinha exigindo a saída de Bohlen. Desde que esse projeto foi apresentado, o presidente ficou isolado politicamente no clube, sem apoio da diretoria e dos conselheiros.

Bohlen estava no cargo desde 2011. Foi reeleito em 2013. O clube terá eleições em setembro.