SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta nesta quinta-feira (26), no segundo dia seguido de valorização, sob influência do cenário externo. O dólar subiu em relação a 21 de 24 moedas de países emergentes, segundo dados da agência internacional Bloomberg. No Brasil, a moeda americana à vista, que chegou a ser cotada a R$ 3,22, terminou o dia em alta de 0,73%, cotada a R$ 3,204. Já o dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve queda de 0,31%, para R$ 3,191. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, teve queda de 2,47%, para 50.579 pontos. EXTERIOR O conflito no Iêmen contribuiu para que investidores evitassem aplicações de maior risco, como em mercados emergentes. A Arábia Saudita e seus aliados iniciaram uma operação militar no país, que fica em uma importante área de trânsito de navios entre Europa e o Golfo Pérsico. Nos EUA, o número de americanos que fizeram novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais que o esperado na semana passada, enquanto a atividade do setor de serviços atingiu o maior nível em seis meses em março, destacando os fundamentos sólidos da economia dos Estados Unidos a despeito da recente fraqueza do crescimento. “Os indicadores americanos vieram melhores do que se esperava, o que acabou reforçando valorização do dólar lá fora”, afirma Maurício Nakahodo, economista do Banco de Tokyo-Mitsubishi. Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a queda do dólar comercial em relação ao real foi uma correção. “O mercado busca um patamar de equilíbrio, sabendo que o Banco Central não vai interferir para tentar controlar a alta da moeda”, ressalta. RELATÓRIO DE INFLAÇÃO Os investidores analisaram também o relatório de inflação do Banco Central brasileiro, com previsão de inflação acima do teto da meta neste ano e retração do PIB (Produto Interno Bruto). BC estima que o PIB vá encolher 0,5% em 2015, na sequência de uma estagnação ou retração –queda estimada de 0,1– em 2014. “O relatório indica que estamos próximos do fim do aperto monetário para não prejudicar ainda mais o crescimento do país, mas reforça as expectativas de um aumento do juro básico de 0,50 ponto percentual, para 13,25%, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC), em abril”, diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora INVX Global Partners. A avaliação é a mesma de Natalia Cotarelli, economista do BI&P. “O Banco Central está em um dilema entre elevar os juros e a atividade fraca no país. Mas como seu mandato é controlar a inflação, acreditamos em mais um aumento de 0,50 ponto percentual na reunião de abril e em nova alta de 0,25 ponto percentual no encontro seguinte”, afirma. BOLSA As ações da Petrobras fecharam em forte baixa. Os papéis preferenciais –mais negociados e sem direito a voto– tiveram queda de 4,98%, para R$ 9,35. As ações ordinárias –com direito a voto– caíram 5,04%, para R$ 9,23. O Conselho de Administração da empresa se reuniu nesta quinta-feira para avaliar uma nova metodologia que permita calcular o valor a ser subtraído, custo da corrupção, dos ativos da empresa.