SAMANTHA LIMA, PEDRO SOARES, RAQUEL LANDIM E VALDO CRUZ RIO DE JANEIRO, RJ, BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, recusou-se a fornecer aos conselheiros da empresa, nesta quinta-feira (26), uma previsão de quando deverá apresentar as demonstrações financeiras da Petrobras relativas a 2014. A reportagem apurou que o executivo foi questionado sobre a tal previsão durante a reunião do conselho, realizada na sede da empresa, no Rio, e se seria possível entregar as demonstrações contábeis da empresa até o fim de abril. Se não apresentar o balanço até o fim de abril, a Petrobras corre o risco de ser convocada por alguns credores a pagar antecipadamente parte de sua dívida, o que pode piorar sua situação financeira. O questionamento sobre uma possível data para apresentação das contas de 2014 foi levantado durante um debate, entre os conselheiros, a respeito da realização da assembleia de acionistas (Assembleia Geral Ordinária, ou AGO, realizada anualmente), que tomou boa parte do tempo da reunião, que foi até o início da noite. Tradicionalmente, a Petrobras realiza as AGOs no início de abril, atendendo ao prazo legal de 30 dias depois de divulgado o balanço anual. Tal evento, aberto a todos os acionistas da empresa, é previsto pela legislação do mercado de capitais. Durante sua realização, acionistas aprovam as demonstrações contábeis do ano anterior, definem a destinação do lucro e aprovam a proposta de pagamento de dividendos. No caso da Petrobras, também são eleitos –ou reeleitos– os conselheiros de administração. A preocupação dos conselheiros é se seria possível realizar a assembleia sem que o balanço anual esteja pronto. Neste caso, a intenção dos conselheiros é adiá-la do início de abril para o fim do mês. A empresa terá, portanto, de buscar uma forma de resolver o impasse. Entre alguns conselheiros, havia a expectativa de que fosse apresentada uma nova metodologia para cálculo dos valores adicionados indevidamente aos ativos, relativos a pagamento de propina no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato. A metodologia apresentada em janeiro por duas consultorias independentes, que apontou ativos sobrevalorizados em R$ 88,6 bilhões, foi descartada na época, e o balanço do terceiro trimestre, não trouxe a baixa atribuída à corrupção. Por este motivo, as demonstrações financeiras do período não receberam aval da PwC, responsável pela auditoria dos números da estatal, não tendo, portanto, valor legal. Em nenhum momento, porém, tal metodologia foi apresentada na reunião desta quinta-feira. Também não se discutiu a pauta de ativos que serão postos à venda para fazer caixa. A reunião desta quinta-feira começou sem o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que encaminhou