PEDRO SOARES RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,1% em 2014. O resultado é inferior ao de 2013, revisado para cima em 2,7% pelo IBGE -os dados apontavam para alta de 2,5% no período originalmente. Os dados foram apresentados na manhã desta sexta-feira (27) pelo IBGE. O indicador só não veio pior graças a uma revisão metodológica recomendada pela ONU e adotada pelo IBGE, que incluiu mais itens na produção nacional -como despesas em inovação. O cenário mais hostil se intensificou no quarto trimestre, quando a economia encolheu 0,2% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Na comparação com o terceiro trimestre de 2014 houve expansão de 0,3% -pouco acima do 0,2% do terceiro trimestre. O desempenho da economia do país no ano passado foi afetado pela desaceleração do consumo das famílias (alta de 0,9%) e queda dos investimentos (de 4,4%) num ambiente de incertezas, que afetaram a confiança de empresários e consumidores. O consumo das famílias cresceu 2,9% em 2013 comparado com 2012, e os investimentos tiveram alta de 6,1% no mesmo período, ambas as taxas foram revisadas para cima. Entre os fatores que levaram a uma freada da economia estão juros mais altos, inflação pressionada, crédito mais escasso. A piora da situação fiscal do país e as eleições também pesaram e azedaram o humor de investidores, mais cautelosos. SETORES Sob o olhar dos setores produtivos, a indústria foi a mais afetada, com queda de 1,2% em 2014 -puxada ainda pela concorrência externa. Os serviços cresceram 0,7%. Já a agropecuária teve uma leve alta de 0,4%. Para 2015, a previsão -até mesmo do governo- é de uma queda do PIB na faixa de 1%. Analistas esperavam uma queda entre 0,5% e 1% em 2014, mas passaram a estimar uma estabilidade, após a adoção da nova metodologia.