MARCEL RIZZO, ENVIADO ESPECIAL
VITÓRIA, ES (FOLHAPRESS) – Neymar, mais um atacante e um goleiro.
O técnico da seleção brasileira olímpica, Alexandre Gallo, já afirmou o craque brasileiro e essas duas posições seriam usadas acima do limite de 23 anos que consta no regulamento dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio -cada seleção só pode usar três atletas acima desta idade.
A maior preocupação de Gallo hoje para montar o time é com os goleiros. Pela primeira vez na história da participação brasileira na competição, não há um goleiro com a idade limite que esteja consolidado na posição em clubes brasileiro ou até mesmo do exterior.
Gallo também se inspira no México, campeão olímpico em 2012 batendo o Brasil na decisão, por 2 a 1, em Londres. Na ocasião, os mexicanos levaram seu goleiro da seleção principal, José Corona.
“Levar um goleiro mais velho fez a diferença para o México. Tenho essa preocupação sim, porque temos goleiros jovens, com potencial, mas que estão sem experiência de grandes jogos”, disse o treinador.
Para os amistosos dessa semana contra o Paraguai sub-23, nesta sexta (27), em Cariacica (ES), e de domingo (29), frente ao México, em São Luis (MA), Gallo chamou para o time olímpico Jacsson, do Inter, que já havia frequentando as convocações, e dois novatos na equipe: David, do Criciúma, e Jean, do Bahia.
“Espero que não precise convocar um goleiro mais velho. Acho que os mais jovens podem brigar por essa posição”, disse Jacsson, 21, quarto goleiro do profissional do Inter e que não fez nenhuma partida no profissional.
David, 19, e Jean, 19, já atuaram pelo profissional de Criciúma e Bahia, e o segundo vem sendo titular da equipe de Salvador. Mas são bem mais jovens do que o limite de idade para os Jogos Olímpicos, 23 anos.
Gallo apostava, inicialmente, em Ederson, 21 anos, do Rio Ave, de Portugal. Mas o arqueiro teve desempenho ruim em um torneio na China, disputado em novembro do ano passado.
Na última olimpíada, o titular seria Rafael Cabral, ex-Santos e hoje no Napoli, mas se machucou e deu espaço para Neto, da Fiorentina, e Gabriel, do Milan, que acabou como titular, mesmo sem ter o ritmo de jogo ideal em seu clube.
Grandes goleiros já disputaram a Olimpíada pelo Brasil, como Dida, em 1996, Taffarel, em 1988, e Gilmar Rinaldi, em 1984.
Rinaldi é o atual coordenador de seleções da CBF e foi medalhista de prata em Los Angeles ao lado de Dunga, hoje técnico da seleção principal.
Para os Jogos de Los Angeles houve liberação para que atleta profissionais com mais de 23 anos jogassem, sem limite, desde que nunca tivesses disputado uma Copa do Mundo.