SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Representantes da indústria, do comércio e de organizações trabalhistas repercutem o resultado da economia brasileira em 2014 divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (27).
A economia brasileira ficou estagnada em 2014, com ligeira expansão de 0,1%, para R$ 5,52 trilhões. Em 2013, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB), soma dos bens e serviços produzidos no país, fora de 2,7%.
Sob o olhar dos setores produtivos, a indústria foi a mais afetada, com queda de 1,2% em 2014 -puxada ainda pela concorrência externa. Os serviços cresceram 0,7%. Já a agropecuária teve uma leve alta de 0,4%.
Veja o que cada instituição comentou sobre o PIB de de 2014 e quais são as perspectivas para 2015:
Fiesp e Ciesp
A Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, afirmaram, em nota, que o crescimento de 0,1% da economia e a retração de 3,8% para a indústria de transformação são números ruins e que já trabalham com mais “contração na economia em 2015”.
“Estamos vivendo um conjunto de más notícias: aumento do desemprego, restrição de crédito no mercado, inadimplência, queda dos negócios, falta de contratação de obras, o não pagamento de fornecedores, Petrobras completamente parada, envolvimento das grandes construtoras na Lava Jato, e ainda a escassez de energia e água, ou seja em meio a toda essa confusão, a verdade é que a somatória de tudo isso nos leva a crer que o ano de 2015 será um ano só de dificuldades”, disse, em nota, o presidente das entidades, Paulo Skaf.
As entidades afirmaram ainda estarem buscando caminhos e uma agenda de trabalho positiva para “menores prejuízos possíveis”.
SindusCon-SP
O SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) afirmou ter revisado suas estimativas para 2015 em função da piora no cenário econômico refletida nos dados divulgados pelo IBGE.
“Se o PIB brasileiro em 2015 cair 1,5%, o PIB da construção deverá recuar 5,5%”, disse, em nota, o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto.
A entidade afirma ainda que entre janeiro e fevereiro o setor já acumula um saldo negativo de 42 mil empregos e que até o final do ano a expectativa é de corte de mais de 300 mil postos.
Abad
A Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores) afirmou que não será possível escapar das consequências de anos de desinvestimento e que 2015 será um ano duro, com poucas possibilidades de recuperação e um ajuste de tamanho ainda desconhecido e preocupante.
Segundo nota divulgada pela entidade, o governo precisa implementar as novas regras e diretrizes econômicas com rapidez, além de dar exemplo de austeridade, combatendo a corrupção e cortando despesas de custeio. Para a Abad, de outra forma, será muito difícil -interna e externamente- recuperar a confiança no crescimento do país.