DIEGO IWATA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Do mesmo modo que fazia quando ainda era jogador profissional, o meia Alex, 37, que fez sua despedida oficial com a camisa do Palmeiras no último sábado (28), no novo estádio do Palmeiras, sorriu pouco na entrevista coletiva concedida após o evento.
Mas não conseguiu esconder a satisfação pela homenagem que recebeu do clube onde atuou entre 1997 e 2000 e depois, novamente, em 2001 e 2002.
“Foi uma emoção grande porque voltei a vestir a camisa do Palmeiras, revi vários jogadores com quem tive a oportunidade de jogar em algum momento da minha carreira, apresentei ao meu filho um pouco da história do clube, e revi o público palmeirense. Fazia muito tempo, acho que teve 2002, o último jogo oficial, depois a despedida do Marcos (em 2013), e hoje. Acho que desfrutei bem”, disse o jogador.
O jogo, que opôs o Palmeiras campeão da Libertadores de 1999, reforçado por Edmundo e Ademir da Guia, e amigos de Alex de passagens deles por Flamengo, Cruzeiro, Coritiba, Fehnerbahce (TUR) e seleção brasileira, terminou com vitória palmeirense, por 5 a 3, de virada. E foi bastante disputado.
“[Os ex-jogadores] São todos competitivos. Ninguém quer voltar para a casa, após um jogo festivo, com uma derrota. Foi legal, com boas jogadas e situações que só podem acontecer em partidas como essa. Para quem é palmeirense, acho que isso seja fantástico”, disse o craque.
Alex agora planeja os próximos passos de sua carreira. Atualmente trabalhando como comentarista dos canais ESPN, o jogador, um dos líderes do Bom Senso F.C., planeja os próximos passos de sua vida profissional, como técnico ou gestor de alguma equipe de futebol.
“Planejo isso desde que anunciei minha despedida do futebol, em Curitiba [em dezembro de 2014]. Aos poucos, vou fazer essa transição”, afirma.
VIAGEM NO TEMPO
Alex comentou as diferenças entre o novo estádio palmeirense e o antigo Palestra Itália, onde atuou muitas vezes pelo Palmeiras. E disse ter conseguido se localizar, apesar de o estádio estar completamente remodelado.
“Se você parar para pensar, até dá para se achar, mas são muitas diferenças, a começar pela entrada, que é na rua Turiassu. A entrada do antigo Palestra era do outro lado (Avenida Francisco Matarazzo)”, disse.
O ex-jogador também falou sobre o privilégio de jogar ao lado de Ademir da Guia, 72, maior jogador da história palmeirense.
“É impossível dissociar Ademir da Guia do Palmeiras. Enquanto nós, que gostamos do Palmeiras, tivermos oportunidade de desfrutar do Ademir da Guia, mesmo que por poucos minutos, temos de fazer. Fiquei muito feliz de ele ter aceitado participar e foi muito legal acabar como acabou”, disse Alex. Ademir fez o gol da vitória alviverde.
Para Alex, o jogo festivo foi uma viagem ao passado.
“Os turcos pela dificuldade da língua fizeram uma mesa para eles, os jogadores do Palmeiras outra para eles, e os do Cruzeiro uma outra. Os que jogaram no Coritiba ficaram passeando em torno disso tudo, e eu também”, contou o jogador, sobre como foi a tarde no hotel com os convidados.
“Era legal porque você ouvia uma história aqui, outra ali, de clubes diferentes. E no meio disso cruzávamos jogadores da época do Pré-Olímpico, do Flamengo. Tem gente que conheço há mais de 20 anos. Foi uma viagem no tempo, e tenho de agradecer ao Palmeiras”, disse.
“O filho do Junior Baiano estava ali, Patrick, é homem hoje, adulto. Brincamos que em 1998, 99 ele tinha seis, sete anos, muita coisa se passou”, disse.
“Eu já ouvi várias histórias de jogos festivos onde jogadores se recusam a ir por alguma situação. Todos que imaginei convidar aceitaram. Alguns não vieram por problemas que aconteceram depois, mas isso me trouxe uma satisfação enorme. Olhar os jogadores que atuaram na partida de hoje e tiveram participações anteriores, são historias fantásticas. Para mim foi encantador”, disse.