SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ajudante-geral de 23 anos que confessou ter matado e decapitado a namorada disse em depoimento à polícia que Shirley Souza, 16, “merecia morrer” por ter traído a sua confiança.
“Ela disse que me traiu e daí não aguentei e enforquei ela (sic)”, disse o suspeito José Ramos dos Santos, no boletim de ocorrência.
Santos também disse que não sente arrependimento pelo crime. O crime aconteceu na quinta-feira (26) e somente no sábado (28) que Santos se apresentou à polícia levando a cabeça da vítima em uma mochila.
O suspeito disse ainda que desconfiou da traição após a confirmação da gravidez da vítima. Segundo Santos, a carteirinha do posto de saúde estava que a última menstruação da jovem tinha sido em agosto, época que eles estavam separados. Eles estariam juntos há um ano.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o corpo de Shirley Souza, 16, foi encontrado por moradores em uma viela próxima à rua Manuel Rodrigues Mexelhão, na Pedreira, por volta das 19h30 deste sábado (28). Quando soube que o corpo foi localizado, Santos buscou a cabeça na casa dele para levá-la à polícia.
Segundo os policiais, Santos embarcou em um ônibus com destino ao centro com a cabeça da vítima e confessou o crime no 1º DP (Liberdade). No local, ele mostrou a cabeça e disse que matou a adolescente após ela assumir que o traiu.
O corpo decapitado foi encontrado por policiais militares nu, enrolado em um lençol e com as pernas amarradas com fios plásticos.
COMO FOI O CRIME
Santos afirmou em depoimento que se encontrou com a namorada na última quinta (26) na casa onde ele mora com o irmão, como costumava fazer. Eles tiveram relações sexuais e depois passaram a discutir sobre as possíveis traições de Shirley. A namorada, então, confessou ter se relacionado com um amigo do casal às vésperas do Natal e do Ano Novo.
Após ouvir o relato, Santos contou ter aproveitado que a mulher se preparava para tomar banho para aplicar uma gravata, até ela desmaiar. Ele, então, foi tomar banho e, quando voltou, viu que a namorada tinha morrido.
Santos foi até a cozinha, pegou uma faca e cortou o pescoço da vítima até arrancar a cabeça. Depois, enrolou-a em um saco plástico e a guardou dentro de uma mochila. O corpo foi enrolado em um edredom e escondido atrás de um botijão de gás, com os pés e tronco amarrados com um saco plástico.
Após o crime, o suspeito relatou ter limpado a casa para que o irmão dele não desconfiasse. Também jogou a roupa suja no lixo, lavou o sangue da faca e a guardou novamente, junto com os demais talheres.
O corpo só foi retirado da casa dois dias depois, após o irmão de Santos reclamar de um mal cheiro na casa. Foi quando o homem jogou o corpo debaixo da escada de uma viela.
A reportagem não encontrou o advogado de defesa de Santos. O caso também será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).